A poucos dias de começar a época 2013/2014, Jorge Jesus é certamente o treinador a viver dias mais agitados. O treinador herdou uma pesada herança do ano passado, em que teve tudo para sair em ombros e acabou por ouvir vaias, perdido o campeonato, a Liga Europa e a Taça de Portugal nos instantes finais de cada uma das competições.
A renovação chegou quando os jornais davam conta de que muitas vozes se levantavam pela mudança e Jesus viu o seu mandato prolongado, mas consciente de que a exigência é este ano ainda maior do que nos anos anteriores e sempre com a sombra da “guilhotina” iminente perante um primeiro deslize.
A contestação já começou na derrota no jogo de apresentação, que os encarnados perderam por 2-0 frente ao São Paulo. Lenços brancos e gritos por Cardozo não auguram um começo de época tranquilo na Luz e parece vingar a tese de que Jesus vai ter de ser perfeito para “não cair da cadeira”.
Vamos aos números que explicam esta “desconfiança”: em quatro anos na Luz, Jesus tem o mérito de valorizar os jogadores que passam pelas suas equipas – David Luiz, Di Maria, Ramires, Fábio Coentrão, Javi Garcia, Witsel são os exemplos mais evidentes -, mas as conquistas deixam os adeptos céticos.
Em quatro anos, Jesus apenas ganhou o campeonato na sua primeira época. Depois disso, o Benfica só comemorou a conquista da Taça da Liga, por quatro ocasiões. Pouco, dizem os sócios e simpatizantes, para o investimento feito.
Este ano, será difícil – senão impossível – ao treinador resistir a outro ano sem a conquista do campeonato que teima em fugir para o Dragão. Luís Filipe Vieira alega que o futebol do Benfica melhorou de qualidade e Jesus devolveu o Benfica à sua grandeza, mas dificilmente essa verdade lhe permitirá salvá-lo de nova época sem títulos.
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