Após ser conhecida a sentença, João Carrajola de Abreu considerou que «a entrevista e o que sucedeu hoje já é espuma do passado» e ficou sensibilizado «por o tribunal ter reconhecido as razões» das suas declarações ao jornal A Bola.

Na entrevista ao diário desportivo, a 13 de Novembro de 2008, o arguido falou da polémica reunião do organismo de 5 de Julho do mesmo ano.

Nesse encontro, o CJ da FPF confirmou a despromoção do Boavista à Liga de Honra, manteve a suspensão de dois anos ao presidente do FC Porto, Pinto da Costa, e a subtracção de seis pontos aos portistas, no âmbito do processo Apito Final.

João Carrajola de Abreu referiu, na entrevista, que «Gonçalves Pereira (então presidente do CJ da FPF) estava a agir não apenas por ele», quando tentou afastá-lo da votação sobre os recursos do Boavista e do presidente do FC Porto das decisões do Apito Final «por suspeição nos processos, alegando incompatibilidade de funções».

«Foi estratégia combinada com o Boavista e o FC Porto, com o propósito de alterar o sentido de voto dos acórdãos sobre os recursos das decisões da Comissão Disciplinar (CD) da Liga em declarar a despromoção do Boavista e punir Pinto da Costa por tentativa de corrupção», disse, então.

Foi por causa destas afirmações que o FC Porto processou o antigo conselheiro do CJ, mas o tribunal, através da juíza Bárbara Guedes, considerou que «não se provou que os factos propalados fossem falsos».

A sentença lembra que «cabe à acusação fazer prova da inexistência de boa fé» e, por isso, o arguido saiu absolvido, tal como, aliás, havia pedido o Ministério Público (MP).

O MP pediu a absolvição de João Carrajola de Abreu por entender que «não foram provados elementos típicos do crime» e por ter «indícios fortes de que o arguido agiu convicto da veracidade das declarações», o que se enquadra no «exercício legítimo da liberdade de expressão», uma tese que o tribunal subscreveu.

«O futebol está doente, isso é o mais importante, e, para o tratar, são precisos todos os homens honrados e os homens honrados não estão necessariamente sempre de acordo», referiu João Carrajola de Abreu, após o julgamento, que decorreu nos Juízos Criminais do Porto.

O ex-vogal do CJ prosseguiu: «Deixo aqui um apelo a todos os homens honrados do futebol para que depois de amanhã (sábado) se entenderem na Assembleia da Federação, porque gostamos muito de futebol».

Rogério Alves foi o advogado que defendeu João Carrajola de Abreu neste processo e afirmou que «estava à espera» da absolvição do seu constituinte, por entender que «é a decisão mais adequada».

«A decisão é correcta, muito bem fundamentada e, nesse sentido, vai ao encontro daquilo que era a nossa expectativa», concluiu Rogério Alves.

Por seu lado, a advogada que esteve hoje no julgamento em representação do FC Porto anunciou que o clube vai recorrer da sentença.

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