O presidente do Boavista, João Loureiro, disse, na quinta-feira, que a instituição "ainda tem vários desafios de ordem económica para ultrapassar ao longo dos próximos anos" e apelou à união entre os "axadrezados".
"É importante que instituição Boavista esteja unida no sentido de vir a ter um futuro conforme todos ambicionam", referiu à agência Lusa.
João Loureiro falava à entrada para o "jantar de confraternização" que reuniu no Palácio da Bolsa, no Porto, mais de 300 pessoas, entre boavisteiros e convidados, muitos deles de outros clubes.
O vereador da Habitação e Ação Social da Câmara do Porto, Manuel Pizarro, o antigo presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e atual chefe de gabinete do presidente da autarquia portuense, Azeredo Lopes, estiveram presentes.
Outras presenças notadas foram as do músico e comentador desportivo Miguel Guedes e do ex-diretor da Liga de clubes, dirigente do FC Porto e também comentador desportivo José Guilherme Aguiar.
Marcaram também presença clubes com o Sporting, através de Augusto Inácio, e Nacional, através do seu presidente, Rui Alves.
O antigo presidente boavisteiro Valentim Loureiro também compareceu e, numa breve declaração à comunicação social, disse sentir "alegria, naturalmente", pelo momento que o clube vive, após seis anos afastado da primeira divisão do futebol nacional devido a uma decisão da justiça desportiva, por alegada corrupção.
"Sofri bastante", disse Valentim Loureiro, referindo-se aos momentos difíceis por que passou o clube depois de ter atingido glória com a conquista do título nacional de futebol da época 2000/2001.
"O meu filho trabalhou muito, isto é um trabalho exclusivamente dele. Conseguiu o milagre de voltar a pôr o Boavista na primeira divisão", elogiou.
O clube e a SAD "axadrezados" entenderam-se com os credores, Estado incluído, e reduziram o seu passivo "em mais de 43 milhões", referiu, por seu lado, João Loureiro, numa breve conversa com a Lusa.
O passivo do clube ronda agora "32 milhões" e o da "SAD baixou para 20,21 milhões", informou ainda o dirigente.
"Passou a ser um passivo a pagar ao longo dos próximos 12 anos e meio", destacou ainda, acrescentando que, pelas suas contas, o património boavisteiro situa-se nos "80, 90 milhões".
Mas ainda subsistem "problemas de tesouraria" e há "prestações para pagar no âmbito dos acordos feitos".
É por isso que João Loureiro considera que "sem o apoio, a união e a participação de todos os boavisteiros será muito mais difícil" resolver os desafios que o Boavista ainda tem pela frente.
Questionado sobre se já há razões para festejar, respondeu: "Uma coisa de cada vez. Hoje é um momento de confraternização".
O sócio número 62, Manuel Sousa e Silva, mais conhecido por Manuel do Laço, espera agora que o Boavista tenha "uma equipa não para fazer muitas coisas, mas pelo menos para o meio da tabela, para não descer de divisão".
A sua receita para o futuro é muito simples: "Pagar o que se pode e pagar certinho".
"Tenho confiança neste grande presidente, que é o João Loureiro", rematou.
José Guilherme Aguiar considera, por sua vez, que "o Boavista vai ter que aliar um desafio muito grande do ponto de vista desportivo a uma estabilidade financeira".