"Temos que ter consciência de que a conjuntura económica nos é desfavorável. A crise afecta a todos e há que fazer um esforço conjunto para arrepiar caminho", referiu à Agência Lusa Joaquim Evangelista.

"E o futebol não é excepção", acrescentou Joaquim Evangelista, referindo que as medidas de austeridade anunciadas hoje pelo Governo - com aumentos proporcionais no IVA e no IRS, respectivamente - "valem para todos".

O Governo, ainda de acordo com Joaquim Evangelista, deu um sinal claro de que há uma vontade conjunta para resolver os problemas e que quer que ninguém fique à margem do esforço de combater a crise.

Ainda de acordo com Joaquim Evangelista, "o Governo tem consciência e os portugueses também que temos que nos disciplinar e adoptar uma atitude diferente para nos livrarmos dos indicativos desfavoráveis".

Traçando uma analogia com a crise económica que o país atravessa, Evangelista sugeriu um pacto de união no sentido da defesa do futebol, entre os clubes, liga, sindicato e demais entidades.

"A união entre os vários agentes desportivos é a primeira medida anti-crise que o futebol português deve adoptar no sentido de se disciplinar e evitar que as derrapagens continuem", disse Joaquim Evangelista.

O Governo anunciou hoje um conjunto de medidas de austeridade para acelerar a redução do défice em 7,3 por cento em 2010 e 4,6 por cento em 2011, de forma a responder à pressão dos mercados internacionais.

Entre as medidas, negociadas com o PSD, estão o aumento do IVA em 1 ponto percentual nos três escalões, a criação de uma taxa extraordinária sobre as empresas com um lucro tributável acima de dois milhões de euros de 2,5 por cento, a redução de 5 por cento nos salários dos políticos, gestores públicos e membros das entidades reguladoras, e uma taxa extraordinária de 1 por cento para quem receba até cinco salários mínimos (2.375 euros por mês) ou de 1,5 por cento para quem receba acima desse valor.