O julgamento do caso que opõe Jorge Jesus ao Benfica finalmente tem data marcada. A primeira sessão está agendada para esta sexta-feira, no Tribunal do Barreiro, depois de sucessivos adiamentos, o último em dezembro por o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, estar ausente no estrangeiro, em viagem pela China e Índia. Na altura o tribunal não aceitou as justificações e multou o presidente do Benfica em 102 euros.
Este caso remonta a junho de 2015, quando Jorge Jesus deixou o Benfica e assinou pelo Sporting.
De lá para cá, as duas partes tentaram, por mais que uma vez, um entendimento amigável, mas tal não foi possível. O atual técnico do Sporting não abdica do último mês de salário (junho de 20015) que auferiu quando ainda era treinador do Benfica. Os ´encarnados` recusam a pagar essa verba por entenderem que nessa altura Jesus já estava comprometido com o Sporting. O Benfica pede mesmo uma indemnização de 14 milhões de euros (um euro para cada adepto que o clube acredita ter) por entender que houve quebra de contrato. O clube da Luz acusa ainda o atual treinador do Sporting de apropriação indevida de 'software' confidencial do clube.
Jorge Jesus esteve no Benfica durante seis temporadas, nas quais conquistou 10 títulos: três Ligas, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e cinco Taças da Liga. O treinador de 63 anos terminava contrato com o Benfica a 30 de junho de 2015, mas o seu acordo com o Sporting foi anunciado na imprensa logo nos primeiros dias desse mês. A 12 dias do fim do vínculo, Jorge Jesus visitou durante largas horas a Academia do Sporting em Alcochete, o que é considerado pelo Benfica como uma visita de trabalho já ao serviço do Sporting, apesar de ainda estar sob contrato com os 'encarnados.
O Benfica acusa Jorge Jesus de ter rescindido unilateralmente "e sem justa causa" o seu contrato no início de junho, situação pela qual teria de pagar uma indemnização de 7,5 milhões de euros ao clube da Luz. Além disto, acusa o técnico de ter assinado um novo contrato com o Sporting a 5 de junho, portanto, ainda dentro do vínculo com o Benfica.
No dia 5 de junho, Bruno de Carvalho deu uma conferência de imprensa a anunciar formalmente a contratação de Jorge Jesus, que viria a ser oficialmente apresentado em Alvalade no dia 1 de julho, ou seja, um dia depois do fim formal do contrato com o Benfica.
O site 'Football Leaks' revelou um pedido de esclarecimento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ao Sporting. A resposta dos 'leões', através do administrador leonino Carlos Vieira, sublinha que os contactos com Jorge Jesus se iniciaram "terça-feira, dia 2 de junho, com uma reunião à hora do jantar”, na “presença de Jorge Jesus, do seu advogado Luís Miguel Henrique e de Bruno de Carvalho”. “Na quarta-feira, dia 3, foi assinado um princípio de acordo”, refere a nota, onde se esclarece ainda que nesse documento foi estipulada “a duração do contrato e o valor da remuneração fixa”.
Durante o processo o Benfica tentou afastar Anabela Gomes Marques, a juíza encarregue do caso, pela forma como a mesma se referiu à petição inicial e pelo comportamento noutro processo com as 'águias´. O pedido foi indeferido.
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