O voto dos adeptos do Vitória de Guimarães significa uma mudança profunda do modelo de gestão do clube, já que a grande "bandeira" de Júlio Mendes era a constituição de uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD), o que terá que ser ainda aprovado em Assembleia-Geral.
Nas eleições que hoje decorreram, e que ficaram marcadas por uma elevada abstenção (cerca de 70 por cento), o candidato da lista A obteve 63 por cento dos votos, contra 37 por cento da lista B, liderada por Pinto Brasil.
Num discurso para cerca de 200 adeptos do Vitória desde a varanda da sede de campanha, em pleno centro histórico da cidade vimaranense, Júlio Mendes frisou ter sido um triunfo de "uma equipa porque um homem só não faz nada".
O novo presidente vitoriano agradeceu o «voto de confiança de cerca de dois terços» dos votantes, que «demonstraram a vontade em que o clube mude para uma nova vida, uma vida de esperança».
Júlio Mendes "herda" um clube em crise, com um passivo que, segundo os candidatos, ronda os 22 milhões de euros, e com salários em atraso desde os funcionários, passando pelas equipas das modalidades amadores e pelo plantel do futebol profissional.
«Não espero unanimismos, mas apelo a que as críticas sejam construtivas. Sei bem da responsabilidade que vou carregar nos ombros e que até agora foi o mais fácil e que ainda vem o mais difícil», disse.
Pinto Brasil, que voltou a ser derrotado tal como em 2010, reagiu num comunicado enviado à agência Lusa.
«Como prometido, cumpri a minha obrigação de sócio, para o que apresentei um projeto de salvação do Vitória. Mas também como disse, se os sócios não optassem pelo meu projeto, não voltaria a candidatar-me. O Vitória será o que os sócios quiserem, mesmo que tenham hoje escolhido não mudar de rumo. Faço votos que não tenha perdido o Vitória», referiu Pinto Brasil, citado pela sua assessoria de imprensa.
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