Júlio Vieira de Castro, candidato às eleições dos órgãos sociais do Vitória de Guimarães, pediu hoje ao atual presidente do clube da I Liga de futebol, Júlio Mendes, que anuncie se vai recandidatar-se ou não, em março.
À margem da apresentação do programa do movimento ‘Novo Vitória’ para os próximos três anos, o único candidato até agora confirmado à liderança dos vimaranenses frisou que a mobilização em torno da sua lista "tem sido excelente" e dificultado a tomada de decisão de Júlio Mendes, pedindo-lhe que encerre o impasse em torno da sua recandidatura o quanto antes.
"O atual presidente da direção deve terminar com esta instabilidade no Vitória e deve, de uma vez por todas, afirmar aos sócios qual é a sua decisão relativamente ao ato eleitoral de março", disse aos jornalistas, na unidade hoteleira de Guimarães onde decorreu a apresentação.
Convicto de que o atual presidente "cessará funções em março", Júlio Vieira de Castro reiterou novamente que, a nível de futebol profissional, deseja ver os minhotos a competir, ano após ano, nas provas europeias e a lutar tanto pelo acesso à Liga dos Campeões no final do seu mandato, como pelos troféus nacionais.
Entre as ideias principais para o futebol profissional, incluem-se a criação da figura do diretor geral da SAD - o tunisino Ziad Tlemçani, ex-avançado vitoriano -, responsável por tutelar o trabalho do diretor desportivo e por tratar do "plano de negócios, das contratações e da angariação de novos parceiros", e a maior interligação entre equipa principal, equipa B, formação e departamento de ‘scouting’.
Ainda sobre o futebol profissional, Júlio Vieira de Castro criticou a política de contratações seguida pela direção de Júlio Mendes, comparando as vendas realizadas no ‘mercado’ de inverno da época passada - João Pedro (LA Galaxy, Estados Unidos) e Soares (FC Porto) e as compras no deste ano - Welthon (ex-Paços de Ferreira).
"No ano passado, estávamos a três pontos de podermos lutar por um apuramento para a Liga dos Campeões. Não reforçámos a equipa. Ao invés, vendemos jogadores. Neste ano, praticamente arredados de todas as competições e numa luta muito dura, em desvantagem relativamente aos nossos adversários, decidimos comprar jogadores", disse.
Na sequência dessa política, o candidato à direção do Vitória quis ainda "alertar o atual presidente da direção do Vitória" para ter o cuidado de não comprometer o futuro do clube para lá de março e garantiu já ter garantidos novos investidores para o clube, embora sem especificar.
Com a promessa de revelar como esse financiamento será obtido e aplicado no Vitória, nas sessões com os sócios ao longo da campanha, Júlio Vieira de Castro quer ainda promover mais transparência na área financeira - detalhes das contratações e auditoria externa às contas no final do primeiro mandato -, além de estreitar a ligação com as empresas do concelho.
O programa eleitoral promete ainda ter as outras modalidades do clube a "lutar pelos lugares cimeiros" das competições e remodelar o Estádio D. Afonso Henriques - colocação de camarotes na Bancada Nascente e de uma proteção em acrílico na zona superior dessa bancada.
Júlio Vieira de Castro quer ainda construir uma nave desportiva junto ao atual pavilhão, com as "dimensões regulamentares para basquetebol e voleibol", e criar o Museu e Centro de Documentação do Vitória Sport Clube, para preservar o "acervo histórico" do clube.
Questionado, por fim, sobre o facto da SAD vitoriana ter mais um ano de mandato, para além do clube - termina em 2019 -, Júlio Vieira de Castro disse esperar que a transição, caso seja eleito, seja "o mais pacífica e democrática possível".
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