A justiça belga quer ter acesso aos documentos relacionados com os negócios do futebol revelados pelo ‘hacker’ português Rui Pinto, atualmente em prisão domiciliária em Budapeste, confirmou hoje a procuradoria.

De acordo com a comunicação social belga, que confirmou a intenção junto do porta-voz do ministério público, Eric Van Duyse, as revelações ao abrigo do denominado ‘Football Leaks’ levaram a uma série de buscas, em novembro, como parte de uma investigação por fraude e lavagem de dinheiro.

No centro desta investigação está o empresário de jogadores israelita Pini Zahavi, responsável, entre outros, pela chegada do brasileiro Neymar ao Paris Saint-Germain no verão de 2017.

Este agente é suspeito pela justiça belga de controlar ilegalmente o clube de futebol Royal Excel Mouscron, da I Divisão.

Apresentado pela sua defesa como um dos responsáveis da divulgação de documentos relacionados com o ‘Football Leaks’, Rui Pinto foi detido em 16 de janeiro na Hungria, com base num mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas.

O ‘hacker’ opôs-se à extradição para Portugal e os seus advogados disseram, logo após a sua detenção, que os juízes suíços (encarregados dos processos referentes à FIFA) e franceses solicitaram a sua cooperação.

Transmitido em duas etapas, primeiro no final de 2016 e, em seguida, no outono de 2018, milhões de documentos pirateados apelidados de ‘Football Leaks’ levaram a uma série de revelações nos bastidores do futebol.

Estes documentos, explorados por um consórcio de meios de comunicação europeus, revelaram mecanismos de evasão fiscal, suspeitas de fraude e corrupção no mundo do futebol, envolvendo vários jogadores, empresários e líderes de clubes.