A Lacatoni, marca de vestuário desportivo nascida em Braga há 25 anos, veste 13 equipas das duas ligas profissionais de futebol e quer continuar a crescer, projetando a construção de uma fábrica em Moçambique.
Em novembro, uma delegação da Lacatoni esteve naquele país e chegou a acordo com a Federação Moçambicana de Futebol para equipar a sua seleção, assim como os seus árbitros, nos próximos quatro anos.
A ambição dos responsáveis minhotos é maior e passa ainda pela construção de uma fábrica naquele país africano, o que permitirá criar 300 postos de trabalho.
Os contactos com o governo moçambicano já foram feitos, mas os últimos detalhes vão ainda ser discutidos em janeiro, quando Carlos Carvalhal, um dos sócios fundadores, visitar o país.
Depois de formalizados todos os acordos, a empresa espera partir para a execução do projeto em finais de 2012.
«Fomos a Moçambique para criar uma relação, não para fechar um negócio. Queremos estabelecer uma grande parceria não só com o desporto, mas com o país», explica Patrícia Soares, diretora de comunicação, à Lusa.
A marca minhota equipa sete dos 16 emblemas que compõem a primeira liga (Académica, Marítimo, Paços de Ferreira, Rio Ave, Olhanense, Vitória de Setúbal e Vitória de Guimarães) e outros seis da Liga de Honra (Santa Clara, Moreirense, Aves, Freamunde, Arouca e Trofense).
Tem ainda acordos com a Federação Portuguesa de Futebol (equipamentos dos árbitros) e Federação Portuguesa de Patinagem, além de produtos específicos para andebol, basquetebol, voleibol, hóquei em patins ou futsal.
Em Portugal, a empresa não tem produção própria, recorrendo a «outsourcing» para o fabrico dos seus produtos.
Existem também parcerias com Angola, cuja seleção de futebol vestiu Lacatoni nos últimos jogos, como no recente particular com o Sporting, e é vontade da marca portuguesa equipar oficialmente os “Palancas Negras”.
Os responsáveis calculam um crescimento anual de cerca de 12 por cento e as «perspetivas são de crescer».
«A nossa empresa pertence ao grupo de 10 por cento das empresas com mais estabilidade e credibilidade financeira e económica em Portugal e há projetos para os próximos anos», frisa Patrícia Soares.
A Lacatoni nasceu em 1986 num pequeno espaço num bairro residencial de Braga pelas mãos de três sócios e o seu batismo deve-se a partes dos seus nomes e alcunhas.
João Alberto (Lacota), António Soares (Toni) e, o mais famoso, Carlos Carvalhal, atual treinador dos turcos do Besiktas ex-técnico do Sporting, e antigo futebolista do Sporting de Braga e FC Porto, entre outras equipas, nas décadas de 80 e 90.
Da experiência enquanto jogadores - Lacota ainda jogou na I divisão (no Desportivo de Chaves), mas uma lesão ditou o abandono precoce da carreira, enquanto Toni não passou dos distritais e, aos 21 anos, deixou de jogar - surgiu a ideia de explorar este nicho de mercado e os primeiros clientes surgiram naturalmente desses contactos privilegiados.
A Lacatoni tem 20 funcionários e “showrooms” em Coimbra, Leiria, Lisboa, Açores e Madeira, assim como na Europa, sobretudo onde existem fortes comunidades portuguesas.
Comentários