Bruno Lage deixou rasgados elogios ao SC Braga, de Rúben Amorim. Na antevisão do jogo com os minhotos, o treinador do Benfica falou das novas dinâmicas introduzidas pelo novo treinador, que pegou na equipa em dezembro e já venceu um título - Taça da Liga - e de só não ter ganho um dos jogos, no passado fim-de-semana em casa com o Gil Vicente.

Braga e os três centrais: "Além da linha de cinco a defender, a construção a três, com os médios e os centrais proporcionam sempre largura máxima. O Braga joga com dois médios e outros dois jogadores entrelinhas. Numa linha de quatro, tem sempre três jogadores entre a defesa, um de cada lado a dar largura, numa construção a três contra apenas dois jogadores, obriga a correr muito e a pressionar de outra maneira. O SC Braga tem os jogadores sempre bem posicionados em largura ou em profundidade ou entrelinhas, e isso ajuda a equipa a ser mais competente a defender".

O que Rúben Amorim trouxe de novo ao Braga? "Não quero entrar em comparações. O SC Braga tinha um registo muito bom na primeira fase, a jogar Liga e Liga Europa onde fizeram uma prova fantástica. Foi com Sá Pinto que chegaram a 'final four' [da Taça da Liga]. Quem entra olha para a equipa em função dos jogadores e das suas ideias mas nunca perdendo as características dos jogadores. Vê-se nas dinâmicas dos homens da frente, jogadores que procuram muito o espaço interior, como o André Horta, a fazerem movimentos interiores para rematar, o Fransérgio com movimentos em diagonais, uma construção sólida, sempre a tentar ter bola para e construir a largura, um conjunto de valores coletivos e individuais que permitiu ao Braga ter uma equipa competente e estar num bom momento. Foi com todo o mérito que venceu a Taça da Liga".

Pressionar sem Gabriel: "Por isso digo que o trabalho dos avançados é muito importante. Independentemente do individual, o coletivo tem de funcionar. Se em termos ofensivos, temos trabalhado muito, com o Odysseas a ser o primeiro a iniciar o ataque, em termos defensivos dependemos muito dos avançados, para serem sempre os primeiros a defender. As soluções são coletivas, independentemente de quem jogar".

Pontos fracos e fortes: "Todas as equipas têm pontos bons e menos bons. Diga-me um jogador que seja 100 por cent completo, que tenha tudo? O que o jogador oferece, o que podemos explorar, olha-se sempre para o jogador e para a equipa. A dinâmica é saber esconder o que temos de menos bom e que seja evidente o potencial, é sempre assim. Exploramos os pontos fracos dos adversários, as oportunidades, e os espaços deixados e protegemo-nos do que de menos bom temos. Olhar para o foro individual não é justo. Trabalhamos e treinamos muito mas há coisas que são o limite de cada, da equipa. Depois temos de contar com o valor do adversário, que tem competência ou não. Se a outra força for maior que a nossa, ela consegue triunfar na maior parte das vezes. Temos de nos proteger e não contratar A ou B ou C."

Troca de acusações entre Benfica e FC Porto: "Não comento comunicados. Sobre isso o presidente já disse o que tinha a dizer, eu gosto é de falar do jogo"

O que espera do jogo: "Não consigo perspetivar aquilo que foi o passado, mas o jogo que fizemos em Braga na época passada foi muito difícil, os jogos desta época também foram muito difíceis, o que vejo é o crescimento do Braga".

Prémios individuais [Melhor Treinador da Liga em Janeiro]: "Eu vou ser honesto, até fiquei surpreendido por ter sido eleito o melhor treinador de janeiro e já percebi porquê. O Braga votou em mim, talvez tenha feito a diferença. Prémios individuais são importantes, mas os coletivos são mais importantes. Sabe quem ganhou o prémio de treinador de janeiro no ano passado? [jornalista responde 'não'; n. d. r.: foi Ivo Vieira]. Amanhã defrontam-se duas excelentes equipas".

O Benfica-Braga, da 21.ª jornada da I Liga, está marcado para às 18h00 deste sábado, na Luz.