O Plano de Atividades e Orçamento da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) para a época 2021/22 foi hoje aprovado pela maioria das sociedades desportivas presentes em assembleia-geral, perspetivando um resultado operacional positivo de 1,1 milhões de euros.
Apesar das possíveis contingências inerentes à pandemia da covid-19, o documento prevê que as receitas rondem os 20 milhões de euros (ME), o valor mais alto desde a vigência da atual direção do organismo, mas, ainda assim, mereceu os votos contra de Marítimo e Desportivo de Chaves.
A LPFP acredita que com a execução deste orçamento irá atingir os seus objetivos económicos e poderá chegar ao sétimo ano consecutivo com resultados positivos, com uma média de 1,9 ME anuais, mas admite que este será dos exercícios "mais desafiantes da instituição".
"As nossas contas são saudáveis, mas não podemos esquecer o momento que todos atravessamos. Continua a haver alguma imprevisibilidade natural para a época que vai iniciar. Estamos a preparar a retoma da presença dos adeptos e há receitas agregadas a isso, mas esta é uma previsão de receitas e gastos que tem de ser feita com cautela", disse Telmo Viana, diretor financeiro da LPFP, no final da sessão, que decorreu na sede do organismo, no Porto.
O responsável lembrou, ainda, que a instituição continua a lidar com um passivo contingente de 35 ME, herdado em 2015 pela atual direção, liderada por Pedro Proença, vincando que a gestão tem de ser feita "com precaução".
Apesar disso, a LPFP não prevê cortar nos investimentos, mantendo as apostas na internacionalização, nas tecnologias, na formação, na promoção da marca, na abertura de lojas para venda de produtos oficiais da instituição e das sociedades desportivas, assim como o arranque da construção de uma nova sede.
A LPFP reconhece, ainda assim, que "a imprevisibilidade do processo pandémico leva a alguma indefinição em tudo o que poderá vir a ser a nova época", lembrando que "a instabilidade económica que se vive na área comercial, e que afeta os patrocinadores, não deverá ser excluída".
O organismo que tutela o futebol profissional em Portugal recordou que "as perdas causadas pela [pandemia de] covid-19 ainda estão por calcular, mas, certamente, superam os 200 milhões de euros na quebra das receitas nas sociedades desportivas", lamentado que "continuem sem respostas um conjunto de medidas pedidas ao executivo governamental para atenuar os prejuízos nos clubes".
A LPFP prevê retomar o ‘tradicional' modelo competitivo da Taça da Liga, com a realização de 43 jogos, o que, com a esperada presença de público, poderá representar um aumento de receitas para os clubes.
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