A Liga de Clubes emitiu um comunicado este sábado, onde responde ao Benfica sobre o plano de retoma do futebol, acordado entre Liga, FPF e DGS.

Num comunicado, esta manhã, os 'encarnados' consideravam "absolutamente inadmissível e lamentável que, afinal, a Liga, numa recorrente demonstração de incompetência e incúria por parte dos seus principais responsáveis, não tenha validado junto da Direção-Geral da Saúde e entidades competentes as normas que definiu e transmitiu como seguras aos clubes no Manual das competições oficiais", isto depois de ter solicitado autorização para ter adeptos no camarote presidencial.

Em resposta, o organismo liderado por Pedro Proença esclarece que não vai "esgrimir acusações públicas com um dos seus associados" mas esclareceu que no plano de retoma do futebol profissional,  não há qualquer indicação sobre presença de adeptos nas tribunas e camarotes dos estádios.

A Liga de Clubes lembrou que "em nenhum momento se considerou a presença de sócios ou adeptos, mas sim o estipulado regulamentarmente e a orientação deste espaço para a presença de entidades regulamentares e/ou protocolares".

"Qualquer interpretação distinta da que aqui está descrita é abusiva e desenquadrada daquilo que ficou acordado com as Sociedades Desportivas", diz organismo.

Eis o comunicado da Liga

"No passado dia 7 de Setembro a Liga Portugal divulgou, ao abrigo do n.º 2 do artigo 2.º do Regulamento da Federação Portuguesa de Futebol - Retoma e da Prática Competitiva de Futebol, Futsal e Futebol Praia, COVID-19, e nos termos da disposição transitória 1.ª do Regulamento das Competições organizadas pela Liga Portugal (RC), o Plano de Retoma do Futebol Profissional.

Tal Plano foi elaborado em conjunto pela Liga Portugal com os Departamentos Médicos e os Departamentos de Futebol de todas as Sociedades Desportivas.

O referido plano contempla, além do mais, as orientações relativas à organização dos jogos das competições profissionais da época desportiva 2020-21, que integram as normas e procedimentos estabelecidos na orientação 036/2020 da Direção-Geral da Saúde, que qualificou o futebol como uma atividade de risco médio.

A Liga Portugal remeteu para a Direção-Geral de Saúde o plano em causa e não recebeu daquela entidade qualquer reparo ou recomendação de melhoria ao documento.

No ponto 2.6, do anexo I, do referido Plano exarou-se que:

2.6. TRIBUNAS E CAMAROTES

• Tribuna Presidencial com uma lotação máxima de 50%;
• Tribunas Presidenciais devem garantir lugar para:
- Os elementos regulamentarmente previstos para a equipa visitante;
- 2 elementos máximo FPF (observador e observador de seleções);
- Representantes da Liga Portugal em funções ao jogo.

Ora, resulta claro que na ocupação da Tribuna Presidencial, em nenhum momento se considerou a presença de sócios ou adeptos, mas sim o estipulado regulamentarmente e a orientação deste espaço para a presença de entidades regulamentares e/ou protocolares, aliás como tivemos oportunidade recente de verificar nos jogos da UEFA Champions League, realizados no nosso país, onde foi visível a presença das mais diversas representações protocolares e institucionais.

Qualquer interpretação distinta da que aqui está descrita é abusiva e desenquadrada daquilo que ficou acordado com as Sociedades Desportivas.

Como é do conhecimento público, a Liga Portugal tem agendada para o próximo dia 2 de Outubro uma reunião com a Secretaria de Estado da Saúde e a Direção-Geral da Saúde, para a continuidade do debate sobre a integração faseada de público nos estádios e onde será também abordada a possibilidade de ocupação de zonas corporate do estádio, algo que não se encontra permitido no plano de organização de jogo em vigor.

Por último, e em relação às considerações expressas no comunicado hoje publicado pelo Sport Lisboa e Benfica, Futebol SAD, a Liga Portugal, como tem sido seu tom ao longo das últimas épocas, não irá esgrimir acusações públicas com um dos seus associados."

Os 'encarnados' recebem hoje o Moreirense, a partir das 18:30, em encontro da segunda jornada da I Liga de futebol.