A diretora-executiva da Liga, Sónia Carneiro, explicou esta quinta-feira o plano gradual para o regresso dos adeptos aos estádios.

De acordo com Sónia Carneiro, a primeira fase, a arrancar nos Açores com o Santa Clara-Gil Vicente, terá até "mil pessoas sem ultrapassar 10% da lotação do estádio", mas o objetivo da Liga é aumentar este número gradualmente.

"Queremos fazer jogos-teste num processo evolutivo. Este fim-de-semana, com mil pessoas, sem ultrapassar os 10% de ocupação do estádio. Numa segunda fase, 2.500 pessoas, sem ocupar mais de 20% da capacidade dos estádios e, numa terceira fase, 5 mil pessoas, não ultrapassando os 30%", afirmou Sónia Carneiro.

"Temos de fazer este teste com os adeptos dos clubes para que haja a forma correta de perceber como chegar aos estádios, circuitos e sinalética que temos de utilizar e incutir nas pessoas que têm obrigatoriamente de estar de máscara. Todos os lugares dos estádios estarão identificados com filas e números de cadeiras e haverá controlo da bilhética, com a lotação do estádio e número de cadeiras disponíveis", explica.

Filipe Froes, pneumologista e consultor da Direção-Geral de Saúde e da Liga de Clubes, explica que o futebol "merece" que os adeptos regressem aos recintos desportivos.

"O futebol deu o exemplo em maio e começou-se a preparar em março para a retoma da atividade nesta nova circunstância. Foi o futebol que deu um exemplo de segurança e cidadania. O que fizemos foi uma prova de conceito que todas as atividades eram passíveis de se adaptar à realidade", disse.

O pneumologista deu como exemplo o jogo desta noite entre Rio Ave e AC Milan, no Estádio dos Arcos, para lamentar a falta de público nas bancadas.

"Se eu morasse em Vila do Conde, ficaria muito triste por não ver o jogo com o AC Milan, oportunidade única para os adeptos do Rio Ave, ter uma equipa como o AC Milan em Portugal e não poder ver ao vivo, é extremamente penalizador", sublinhou.