O presidente do Benfica confessou hoje que mantém a ambição de conquistar a Liga dos Campeões de futebol e revelou que os ‘encarnados’ se anteciparam aos rivais pela contratação do avançado Carlos Vinícius.
Em entrevista à TVI, Luís Filipe Vieira assumiu que o Benfica “tem um projeto do qual não abdica”, que passa pela aposta na formação, o que não impede que as ‘águias’ consigam atingir uma final da ‘Champions’ no futuro.
“Ninguém pode dizer quando vai acontecer. Temos um grupo de jogadores com ADN do Benfica, da formação. Se tiver de ir ao mercado, o Benfica irá ao mercado, seja em janeiro ou no final da época. Queremos chegar a uma final da Liga dos Campeões e vamos ter essa equipa para lutar numa final”, disse o dirigente, salientando que o Benfica tem “uma situação financeira invejável”, depois de ter apresentado resultados positivos de 300 milhões de euros (ME).
A venda de João Félix ao Atlético de Madrid, por 120 ME, a mais cara de sempre do futebol português, foi abordada na entrevista, sendo que Vieira explicou os contornos de um negócio que envolveu o empresário Jorge Mendes.
“O Jorge Mendes é sempre muito badalado. Outros querem trabalhar com ele e ele não trabalha. O Jorge Mendes tem um ‘tax’ [comissão] para cobrar. Parece que há um fantasma doido. É um profissional e leva 10%. Todos sabem. Quando a cláusula de rescisão [de João Félix] estava nos 60 ME e renovámos o contrato, ficou decidido que, se ele fosse vendido por 120 ME a pronto, Jorge Mendes teria a sua parte. Ainda não recebeu a comissão. Vai receber, mas lentamente”, contou.
As saídas do jovem avançado luso e de Jonas abriram duas vagas no ataque da equipa ‘encarnada’, que foram ocupadas por Raúl de Tomás e Carlos Vinícius. O espanhol, contratado por 20 ME ao Real Madrid, ainda não marcou qualquer golo em jogos oficiais, mas Luís Filipe Vieira não se mostrou preocupado.
“O jogador tem um passado, é goleador. Esse jogador foi contratado por indicação da nossa equipa de ‘scouting’, que foi unânime. Tínhamos um ‘quid pro quo’ com o Real Madrid, mas foi tudo resolvido. Havia uma ferida, mas está tudo sanado. Não marca golos, mas há-de marcar”, disse.
Já o brasileiro Carlos Vinícius, resgatado ao Nápoles por 17 ME, esteve nos planos das ‘águias’ em junho, mas o negócio só se viria a concretizar mais tarde, quando surgiu a cobiça dos rivais FC Porto e Sporting e de um clube inglês.
“Em junho, oferecemos 12 ME pelo jogador, mas o presidente do Nápoles não aceitou. Passados uns meses, houve mais dois clubes portugueses e um inglês interessados e o Benfica antecipou-se. Sim, foram FC Porto e Sporting. Se calhar não tinham pedalada para o comprar”, revelou, considerando que o ex-avançado de Rio Ave e Mónaco “foi uma oportunidade”.
Vieira admitiu que “o Benfica encara algumas situações como negócio puro, para vender”, elogiou o jovem defesa brasileiro Morato e confessou que o guarda-redes italiano Mattia Perin “dificilmente” será contratado pelos ‘encarnados’, depois de não ter passado nos exames médicos.
“Foi mau para nós e para o jogador. A nossa equipa técnica gostava do Perin, mas, depois da lesão de que soubemos, dificilmente poderemos pensar nele”, transmitiu.
Comentários