As eleições do Boavista decorrem no sábado sem interferência das candidaturas encabeçadas por Filipe Miranda e Rui Garrido Pereira, assegurou hoje o presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) do clube da I Liga de futebol.
Em declarações à agência Lusa, Manuel Tavares Rijo lamentou que a lista de Filipe Miranda tenha levantado dúvidas sobre a transparência do sufrágio e pedido formalmente à direção ‘axadrezada’ a suspensão imediata e a abertura de um processo de inquérito e disciplinar a Reinaldo Ferreira, atual vice-líder e nome proposto para presidente-adjunto por Garrido Pereira.
“Os vice-presidentes são eleitos e apenas podem ser destituídos por iniciativa própria ou através de uma Assembleia Geral. Não há outra forma. Além disso, está a criar-se uma situação de suspeição grave, mas que não tem fundamentação”, reagiu o líder da MAG.
Em comunicado, a candidatura ‘Boavista, num xadrez de novas conquistas’ lembrou as funções a cargo de Reinaldo Ferreira, vice-presidente para a inovação e tecnologias de informação, para denunciar que os serviços de secretaria ‘axadrezados’ terão conhecido “uma semana atípica e de estranha atividade no normal desempenho do programa de gestão de sócios, facto que motiva grave suspeição sobre a irregular atividade exercida”.
“Desconheço e não consigo percecionar que tipo de interferência pode o Reinaldo ter no desenrolar das eleições. Ele não trabalha nos serviços administrativos, ao passo que a secretaria já tem pronta há muito a lista de associados [elegíveis para votar] e controla os pagamentos de quotas. Interrogo-me o que pode ser adulterado aqui”, atirou Tavares Rijo.
Reforçando a “necessidade imperial de afastamento imediato” de Reinaldo Ferreira, a lista de Filipe Miranda prometeu “seguir sem reservas os trâmites necessários, caso não sejam cumpridos os procedimentos exigidos a bem e na defesa de um ato eleitoral transparente”.
“Tenho a certeza de que o diretor-geral e o chefe dos serviços administrativos do clube, que me merecem toda a confiança, diriam algo se o número de sócios tivesse, entretanto, subido. Estar a criar suspeição sobre tudo e todos não é o melhor caminho e desagrada-me estarem a atirar isto para o ar. Se, mais tarde, a candidatura ainda entender que tem fundamento para qualquer contestação, há vias para o fazer, na certeza, porém, de que o Reinaldo também terá meios e razões para contrapor”, reconheceu o presidente da MAG.
Contactado pela agência Lusa, Reinaldo Ferreira rejeitou ter qualquer jurisdição sobre o programa de gestão de associados, que é “fornecido por uma empresa externa, que tem supervisão sobre o mesmo, sendo usado com total autonomia pela secretaria do clube”.
“Espero bem que seja uma semana ainda mais anómala até sábado. É muito importante ver todos os boavisteiros que se têm dirigido à secretaria com o intuito de regularizar as suas quotas e espero que continue a haver esta afluência. Acredito que querem mostrar uma prova maciça do seu envolvimento numas eleições que são decisivas para o clube. Espero que compareçam para exercer o seu direito de voto”, afiançou o vice-presidente.
Eleito como membro da direção de Vítor Murta há três anos, Reinaldo Ferreira garantiu estar “absolutamente tranquilo” e focado num “projeto ambicioso” para a recuperação do Boavista, em vez de reagir às suspeitas levantadas pela candidatura de Filipe Miranda.
“A minha lista nunca se pronunciou sobre os vários incidentes que aconteceram ao longo desta campanha, pois quer elevar o nível da mesma, bem como a dignidade e o respeito pelo clube. Reafirmo o nosso projeto e a minha solidariedade total para com o Reinaldo. Estou muito orgulhoso de o ter na minha equipa”, assinalou à Lusa Rui Garrido Pereira.
As eleições dos órgãos sociais do Boavista, 18.º e último classificado da I Liga, rumo ao triénio 2025-2027 decorrem no sábado, das 10:00 às 18:00, no Estádio do Bessa, no Porto, com a MAG a garantir a presença de dois delegados indicados por cada lista nas mesas de voto.
O advogado Rui Garrido Pereira terá pela frente o gestor Filipe Miranda, antigo guarda-redes e capitão e atual diretor desportivo do futsal ‘axadrezado’, na corrida à sucessão de Vítor Murta, que não se recandidatou e vai deixar a presidência do clube ao fim de seis anos e dois mandatos.
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