Nem na melhor das hipóteses o Benfica previra um começo de jogo tão favorável. Logo aos dois minutos, Di Maria solicita a velocidade de Weldon, este ganha sobre um defesa algarvio e mete na área. Delson não resistiu à tentação de colocar a mão à bola e sem dúvidas Lucílio Baptista apontou para a marca de grande penalidade. Cardozo não desperdiçou a oportunidade de abrir a contagem na Luz e fez o seu 22º golo no campeonato.

Delson lamentou a infracção mas não aprendeu com o erro e foi Jorge Costa que se deve ter arrependido de o ter posto em campo esta noite. Dois minutos depois de ter cometido falta para pénalti, o brasileiro decidiu ceifar Di Maria e viu o segundo amarelo e consequente vermelho.

Conclusão: aos oito minutos, o Olhanense perdia já por 1-0 e tinha só dez homens em campo.

Mas o Benfica não foi solidário com a noite até então desastrada dos homens de Olhão (ou talvez só de Delson) e Aimar resolveu rasgar a defesa algarvia com um passe a isolar Di Maria.

O extremo argentino ligou o turbo, encarou o defesa já na área, simulou para a esquerda e saiu para a direita e rematou perante um desamparado Bruno Veríssimo. Di Maria fazia o 2-0, aos 17’, de pé direito imagine-se!

Aos 28’, Weldon aproveitou uma falha clamorosa de Bruno Veríssimo após a marcação de um canto para efectuar os seus primeiros disparos da noite. No entanto, não conseguiu ultrapassar o muro de defesas do Olhanense que entretanto se erguera.

Se o começo de jogo não tinha sido fácil para o Olhanense, o que dizer do começo do segundo tempo. E tudo por culpa de um homem: Angel Di Maria.

Aos 53’, Di Maria deliciou o público da Luz com uma nota artística e com um passe de letra deixou Cardozo novamente na cara do golo. O paraguaio não desperdiçou e fuzilou Bruno Veríssimo.

Ainda se festejava na Luz e Di Maria já tinha novamente a bola nos pés pelo flanco esquerdo. Sempre em alta rotação, centrou para Cardozo que encostou para o seu terceiro da noite e o quarto dos encarnados.

Mesmo a coxear e visivelmente longe da sua melhor condição física, o Tacuara – agora com 24 golos - ultrapassava Falcao na lista dos melhores marcadores depois do colombiano ter bisado em Setúbal.

Até final, o Benfica decidiu massacrar o Olhanense e num autêntico carrossel deitou por terra qualquer posicionamento que Jorge Costa tivesse planeado.

Já com o regressado Saviola em campo, Coentrão tentou o primeiro golo da época e Ramires disparou um míssil de fora da área e que tinha tudo para ser o golo da noite.

A completar a noite de desastre dos de Olhão, Aimar aproveitou da melhor maneira uma assistência dum defesa algarvio e rematou fácil para o 5-0. Era o confirmar do passeio da equipa de Jesus, com Di Maria incansável nos lances de deslumbrar: passes de letra, trivela, túneis sobre os adversários… o argentino mostrou de tudo um pouco.

Mais uma noite de glória e abastança na Luz, com dever cumprido nas contas do título. Contas que são bem fáceis de fazer: o Benfica precisa demais um ponto mas se o Braga não vencer amanhã a Naval o título vem mesmo parar ao Estádio da Luz.

Se há quem queira apenas fazer a festa no Estádio do Dragão, na próxima jornada, é também certo que muitos querem lá entrar já campeões.

Tem a palavra o Braga.