Mário Figueiredo considera que o Benfica devia "demarcar-se" do caminho trilhado pelo FC Porto para conquistar a hegemonia do futebol português e elogiou a postura assumida por Bruno de Carvalho e a direção do Sporting na luta por um futebol português mais transparente.

"O Benfica não devia tentar seguir o exemplo do domínio do FC Porto, mas tentar criar um sistema em que o futebol fosse mais transparente", afirmou o presidente da Liga de Clubes em entrevista à RTP Informação.

Em relação à atuação dos presidentes dos três clubes grandes, Mário Figueiredo elogiou a clarividência de Bruno de Carvalho, "aquele que menos tem beneficiado com o sistema do futebol português", por ter percebido que não pode discutir pessoas, mas o sistema de escolha. "Tiro o chapéu ao presidente do Sporting", frisou Mário Figueiredo.

Para o presidente da LPFP, os clubes estão "reféns da federação", tal como estavam dos direitos televisivos, facto que, na sua opinião, explica os meros sete votos com os quais foi eleito para novo mandato.

"Eu não tenho inimigos. Defendo princípios, interesses dos clubes e integridades das competições. Não se pode aceitar que uma pessoa que nada tem a ver com o futebol é que decida os destinos dos clubes e que tenha posições privilegiadas em alguns deles. Os clubes que estão a apoiar-me têm sido crucificados. O intermediário continua a ser a pessoa que paga aos clubes. Em muitos casos, as receitas das transmissões televisivas representam 80 por cento", explicou.

Segundo Figueiredo, os clubes estavam a ser "pressionados e manietados" antes da Entidade da Concorrência ter decidido de modo a acabar com aquilo a que chama "posição dominante" na venda dos direitos televisivos.

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol escusou-se a nomear quem são "as pessoas" que estão na origem dessa "teia de influência" e defendeu que a nomeação de árbitros tem de ser feita de forma transparente, exemplificando com o caso do presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, “aquele que menos tem beneficiado com o sistema do futebol português”, que já percebeu que não pode discutir pessoas, mas sim o sistema de escolha.