Os 14 clubes que pretendem destituir Mário Figueiredo da presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) vão requerer nova Assembleia-Geral (AG) extraordinária para esse efeito, conforme decisão hoje anunciada, após reunirem em Leça da Palmeira.

O presidente da Académica, José Eduardo Simões, que falou aos jornalistas no fim do encontro, criticou a decisão do presidente da Mesa da AG da LPFP, Carlos Deus Pereira, que indeferiu um primeiro requerimento, alegando que havia clubes subscritores que não tinham as quotas em dia.

«Havia um vício de forma, mas era perfeitamente sanável», disse o dirigente do emblema de Coimbra, a propósito da justificação para não ser convocada a reunião magna, acrescentando que, «em muitos casos, esse vício já estava sanado, pois as quotas já estavam pagas quando fez o despacho de negação».

Repúdio que os emblemas fizeram chegar às redações em forma de comunicado: «Repudiamos veementemente o estilo e a forma como o presidente da Mesa da Assembleia-Geral tratou o pedido feito pelos clubes».

Segundo a mesma nota informativa, decorrente da reunião de Leça, Carlos Deus Pereira «demorou 25 dias a verificar que havia clubes requerentes que, alegadamente, não tinham as suas quotas em dia», e acrescentam que o mesmo se terá «esquecido» que este vício é sanável.

«Esqueceu-se ainda que é prática e uso habituais da Liga proceder ao pagamento das quotas através de encontro de contas com créditos que os clubes têm sobre a própria Liga, o que neste caso se verificava e como se veio a proceder em meados do mês transato», refere a nota.

E conclui que «o comportamento do presidente da Mesa da Assembleia-Geral é deliberadamente parcial, irresponsável e não compatível com os deveres objetivos a que está obrigado».

Os clubes subscritores do primeiro requerimento vão agora repeti-lo e esperam que a AG extraordinária para destituição do presidente da Liga «se realize no mais curto espaço de tempo possível», ainda segundo a mesma nota, que recorda «a ausência de realização de reuniões estatutariamente marcantes, como sejam o Conselho de Presidentes e assembleias-gerais».

Por fim, insistem em não reconhecer «que os atos, declarações ou tomadas de posição do presidente da Liga representem o sentir e o interesse dos clubes, nem que o mesmo se arrogue como porta-voz dos clubes, em quaisquer circunstâncias».

FC Porto, Sporting de Braga, Vitória de Guimarães, Vitória de Setúbal, Belenenses, Nacional, Olhanense, Académica, Rio Ave, Arouca (I Liga), Tondela, Penafiel e União da Madeira (II Liga) são os emblemas que, no final de outubro, requereram a AG com o propósito de destituir Mário Figueiredo.

O grupo dos 14 considera que o presidente da Liga foi protagonista de um conjunto de comportamentos e decisões que consideram «muito graves violações gerais», nomeadamente quanto ao «dever de lealdade para com os seus associados, o dever de respeito pelos regulamentos e o dever de zelar pelo bom funcionamento e bom nome» da instituição.