Jaime Marta Soares não conseguiu validar o requerimento com mais de 3500 assinaturas dos sócios do Sporting para a convocatória de uma Assembleia-Geral de destituição dos órgãos sociais. Foi o próprio presidente da Mesa da Assembleia-geral a dar conta do sucedido, em declarações ao jornal Record, frisando que os funcionários do Sporting não tinham recebido ordens para validar o documento.
"Viemos aqui para apresentar mais de 3 mil e 500 votos dos associados para provar que a decisão da mesa em marcar uma Assembleia Geral assenta no descontentamento dos sócios, o que está devidamente comprovado com estas assinaturas que aqui estão. Não conseguimos que fossem validados porque não havia ordem aos funcionários para que se disponibilizassem para este serviço à Mesa", frisou Marta Soares ao 'Record'.
Esta tarde, a direção do Sporting, através do seu porta-voz, acusou o presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), Jaime Marta Soares, de ter convidado dois elementos da atual direção para integrarem uma eventual comissão de gestão do clube. No mesmo texto, a direção do Sporting reafirmava que não reconhecia legalidade e legitimidade a uma eventual comissão de fiscalização designada pela MAG para substituir o Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD) e sublinhava que, por esse motivo, não permitiria o acesso dos seus elementos às instalações do clube, como veio mesmo a acontecer, como relatou Jaime Marta Soares.
O comunicado do Conselho Diretivo do Sporting acontece um dia depois de a MAG ter afirmado que, à luz do artigo 37.º dos estatutos do clube, o mandato do CFD cessou com a renúncia da maioria dos seus membros, e que, de acordo com o artigo 41.º, vai nomear uma comissão de fiscalização para evitar vazio neste órgão até novas eleições.
A crise que se vive no Sporting iniciou-se no dia 15 de maio, quando cerca de 40 alegados adeptos encapuzados invadiram a Academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram alguns jogadores e elementos da equipa técnica.
A GNR deteve 23 dos atacantes, que ficaram em prisão preventiva depois de terem sido ouvidos no tribunal de instrução criminal do Barreiro.
Paralelamente, no âmbito de uma investigação do Ministério Público sobre alegados atos de tentativa de viciação de resultados em jogos de andebol e futebol, tendo como objetivo o favorecimento do Sporting, foram constituídos sete arguidos, incluindo o 'team manager' do clube, André Geraldes.
Na sequência destes acontecimentos, os elementos da MAG, a maioria dos membros do CFD e parte da direção apresentaram a sua demissão, defendendo que Bruno de Carvalho não tinha condições para permanecer no cargo.
De seguida, realizaram-se duas reuniões da MAG e membros do CFD com a direção, que culminaram com a decisão anunciada por Jaime Marta Soares de marcar uma Assembleia Geral para votar a destituição do órgão liderado por Bruno de Carvalho.
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