O Benfica de Jorge Jesus é mais do que apenas um onze. Talvez esse tenha sido mesmo um dos segredos da época encarnada: a rotatividade que o técnico foi promovendo ao longo da época, nas diferentes provas.
Ainda assim, algumas estrelas brilharam mais do que outras e, certamente, nenhuma mais do que o médio Matic. O sérvio chegou há duas épocas à Luz, mas só nesta conseguiu impor-se no onze de Jesus, depois da saída de Javi Garcia para o Manchester City.
Matic tem mais de 3500 minutos jogados esta época e foi um dos mais utilizados por Jorge Jesus. Titular indiscutível no meio campo, Matic fez sentir a sua falta quando foi obrigado a ficar de fora. A equipa perde o equilíbrio se lhe falta o estratega que traz a equipa da defesa para o ataque, em transições sempre pautadas com passes incisivos nos homens da frente ou contemporizações quando é isso que se exige.
Tanto brilhantismo já começou a despertar cobiça de grandes emblemas europeus e manter o sérvio na Luz será mesmo um dos maiores desafios dos encarnados nos tempos que se avizinham.
Missão igualmente complicada no que diz respeito a Gaitán. O argentino é o homem dos grandes momentos. Pode andar desaparecido um jogo inteiro, mas aparece para decidir. Esta época já deixou muita gente de boca aberta: o golo frente ao Estoril ou a obra-prima que fez na Luz, frente ao Sporting, são dois exemplos da magia do esquerdino.
Na ala oposta, na direita, reside aquela que foi uma das maiores apostas de Vieira e Jesus para este ano: Salvio. O argentino regressou à Luz depois de ter deixado saudades e não desiludiu. É o terceiro melhor marcador da equipa, apenas ultrapassado pelos avançados Cardozo e Lima. Mas a principal missão de Toto, como lhe chama Jesus, é assistir, e também nesse capítulo foi uma das principais armas das águias.
Na frente de ataque, Lima é o destaque. O brasileiro chegou à Luz vindo de Braga e não era certo que tivesse espaço no onze onde Cardozo era rei e Rodrigo parecia levar vantagem. Depressa convenceu Jesus que não era assim e saltou para a liderança dos melhores marcadores da equipa. Fisicamente muito forte, Lima conquistou os adeptos pela garra e querer.
Mas nem só de ataque se faz um campeão e esta época a defesa do Benfica teve uma voz de comando: Ezequiel Garay. O castigo a Luisão no começo de temporada obrigou o argentino a “conhecer” Jardel, mas nunca a defesa do Benfica tremeu. O “Girafa” voltou e Garay manteve-se de pedra e cal. Rápido e fisicamente possante, o central é outra das pérolas que os colossos europeus certamente vão cobiçar na reabertura do mercado.
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