O português Emanuel Macedo de Medeiros deixa o cargo de diretor-executivo da Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPFL), com o sentido de missão cumprida.
“Saio com sentimento genuíno de missão cumprida, e com orgulho natural e salutar do trabalho que desenvolvi”, disse Emanuel Macedo de Medeiros, em entrevista à agência Lusa, admitindo ainda não ter tomado uma decisão sobre o seu futuro.
“Não tenciono abandonar por completo as esferas nas quais me tenho movido ao longo dos últimos 15 anos, porventura assumindo outras responsabilidades, assumindo outros desafios”, frisou.
Emanuel Macedo de Medeiros, que esteve nove anos na EPFL, tenciona tomar uma decisão sobre o futuro “em breve”, mas adianta que o mesmo não deverá passar pela UEFA nem por cargos no futebol português e acrescenta: “O mais provável é que volte a fazer as malas e a rumar a qualquer outro sítio”.
“Deixo uma organização sólida, consolidada que representa as 30 principais ligas do futebol europeu, o porta-voz dos interesses comuns de um milhar de clubes por toda a Europa e os responsáveis por 88% do volume de riqueza gerado pelo futebol à escala planetária”, recordou, numa avaliação ao trabalho desenvolvido.
“Fui ao longo desta década o único português com funções executivas de primeira linha na indústria do futebol à escala mundial. Penso que esse exemplo que dei pode e deve constituir um incentivo para outras pessoas, outras gerações de portugueses acreditarem nas suas capacidades, no seu valor e criarem as suas próprias oportunidades”, afirma.
Numa breve análise reintegração do Boavista na principal I Liga portuguesa de futebol, Emanuel Macedo de Medeiros entende que os “axadrezados” são “um clube histórico, centenário, com vasto património desportivo, que vai participar por direito e justiça na prova”.
Sobre uma possível interferência da FIFA ou da UEFA na decisão que recoloca o clube no principal escalão do futebol nacional, o antigo dirigente da EPFL entende que tal não pode acontecer.
“A jurisdição da FIFA e da UEFA começa e termina na sua esfera de competências, em termos nacionais as entidades soberanas são a liga e a federação, portanto a UEFA não tem competência jurídica para se imiscuir em questões do futebol português”, salientou.
Emanuel Macedo de Medeiros considera que “ao longo dos anos houve sempre uma tendência dos dirigentes do futebol português de à mínima turbulência correrem para o regaço da FIFA ou da UEFA”.
”Compreendo que há mentes que se assustam facilmente, mas não há cabimento jurídico de espécie nenhuma para que a FIFA e a UEFA possam interferir sobre um caso destes”, rematou.