Jogo para homens de barba rija em Braga. O SC Braga-FC Porto veio provar que quantidade não é sinónimo de qualidade e que, com apenas um golo, foi um dos melhores jogos desta temporada.
Logo aos três minutos, Matheus iniciou a sua ação de limpeza no relvado. Matheus 'varreu' a grande área e limpou tudo menos a bola. Evanilson foi apanhado no meio da limpeza, mas tanto o VAR como Hugo Miguel olharam pelo canudo e não viram motivo para penálti.
O jogo continuou a um ritmo infernal, lembrando os bons velhos tempos do recreio onde em 15 minutos tínhamos de libertar toda a energia acumulada durante o dia. Era bola cá, bola lá, bola cá e bola lá, até que num desses lances Paulo Oliveira quase meteu a bola lá lá e ia fazendo autogolo. Valeu a ação de limpeza de Matheus, mais uma vez a limpar o lance para canto.
Já perto do intervalo, Ricardo Horta tirou as medidas à baliza, mas deve tê-las tirado em polegadas e rematado em centímetros pois a bola foi esbarrar na trave da baliza do FC Porto. Era o indício de que este jogo não estava destinado a golos bonitos.
Antes do intervalo, Yan Couto calca o gémeo de Taremi ao cair. Quer-me parecer que se o iraniano tivesse caído normalmente, em vez de encenar uma peça de ballet clássico, talvez o VAR e Hugo Miguel não tivessem enviado novo penálti para o canudo.
No intervalo, reza a lenda que Carvalhal terá dito aos seus jogadores que tinham de rematar mais, nem que fosse com o cu. Houve um jogador do SC Braga que levou a dica à letra.
No início da segunda parte, Pepê tentou sacar um coelho da cartola, mas Matheus, mais uma vez, limpou a bola para canto.
Pouco tempo depois, o momento do jogo: Ricardo Horta rematou com o cu que tinha mais ao pé e fez o golo do SC Braga. Um golo lindo para os minhotos, pois quem vê cus não vê corações, mas para os portistas este foi um golo de m****.
Importa referir que este foi o golo número 100 de Ricardo Horta na sua carreira, um golo que sem dúvida irá ficar nos anais da história.
O minuto 74 ficará também para a história do futebol português, o momento em que temos dois Vitinhas em campo. Não é estranho terem ambos 22 anos, serem os dois do norte e serem ambos jogadores de futebol? Acho que era altura de alguém fazer um teste de paternidade...
O jogo prosseguiu com uma sessão de tiro para a Pedreira onde os jogadores do FC Porto tentavam ver quem era o primeiro a deitar abaixo a faixa publicitária da Sagres. Também prefiro Super Bock, mas não é assim que o marketing funciona.
Por falar em faixas, para os portistas ficam adiadas pelo menos uma semana. Corre o mito urbano de que o destino escreve certo por linhas tortas e que está tudo preparado para que a festa do FC Porto aconteça em pleno Estádio da Luz.
As minhas últimas palavras são para Luís Gonçalves. Quero perguntar-lhe onde é que ele esconde a poção mágica do Astérix. Sempre que o FC Porto perde pontos, o homem quer bater em toda a gente. Eu não sei se ele já reparou que não é propriamente um portento da natureza e que quem vai à guerra dá mas também leva - e ele tem ar de quem vai levar, mais do que dar.
O SC Braga mostrou que não há duas sem três e termina a época vencendo um jogo a cada um dos três grandes.
Quanto ao FC Porto, foram 58 jogos sem perder. Um recorde tão longo quase como a longevidade da Sé de Braga. Mas neste jogo o FC Porto ficou a ver os três pontos por um canudo.
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