O mercado europeu de futebol gerou lucros superiores a 22 mil milhões de euros, com as cinco maiores ligas europeias a representarem 54% do total das receitas, indica um estudo hoje divulgado pela consultora Deloitte.

A liga inglesa, que registou um aumento de receitas de 3%, lidera a lista, com um encaixe de 4,4 mil milhões de euros, seguindo-se a liga alemã, que teve um crescimento de 5,5%, com 2,4 mil milhões de euros.

A terceira posição é ocupada pela liga espanhola, que registou uma faturação de 2,1 mil milhões de euros, com um crescimento de 6,6%.

O estudo admite que “a tendência para a venda coletiva dos direitos de transmissão deverá aumentar significativamente as receitas dos contratos de transmissão para os clubes, e poderá catapultar a liga espanhola para o segundo lugar (…) destronando a liga alemã”.

Os clubes da liga italiana registaram um aumento de 5% das receitas, com lucros de 1,8 mil milhões de euros em 2014/15.

As receitas da liga francesa registaram uma queda de 80 milhões de euros (5%), para 1,4 mil milhões de euros.

De acordo com a Deloitte, esta diminuição foi, em parte, provocada “pela diminuição das receitas de patrocínio do Mónaco [124 milhões de euros]”, clube que nas duas últimas épocas foi orientado pelo português Leonardo Jardim.

O estudo refere que “a equilibrar este cenário está o aumento de 15% das receitas por jogo [21 milhões de euros], no seguimento das obras de requalificação efetuadas aos estádios a concurso para o Euro2016, que resultaram numa assistência média de 22.329 pessoas, a mais elevada da última década”.

Na sexta posição surge a liga russa, que registou uma receita total de 803 milhões de euros.

As despesas salariais agregadas das cinco maiores ligas europeias – Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França - aumentaram 10%, ultrapassando os 7,4 mil milhões de euros na época de 2014/15.

De acordo com o estudo, os custos salariais dos clubes da liga inglesa “aumentaram 7%, situando-se nos 2,7 mil milhões de euros em 2014/15, valor superior ao somatório dos gastos efetuados pelos clubes que integram a liga espanhola e a liga alemã”.

No capítulo dos custos salariais, a Deloitte refere que “à exceção da liga italiana, todas as restantes ligas do ‘top 5’ registaram rácios de receitas/remunerações inferiores ao limite de 70% utilizado pela UEFA para avaliar e monitorizar a sustentabilidade financeira dos clubes”.

Segundo o estudo, “com os novos ciclos de acordos de direitos de transmissão, realizados no início das próximas duas épocas com as cinco principais ligas europeias, o mercado europeu de futebol deverá ultrapassar os 25 mil milhões de euros na época 2016/2017.

De acordo com a Deloitte, as cinco principais ligas registaram aumentos de receitas nas transmissões televisivas e nos patrocínios.

No que se refere aos níveis de assistência, a liga alemã registou a maior média de todas as ligas do mundo, com praticamente 42.700 pessoas por jogo e uma taxa de utilização de estádio próxima dos 90%.

No entanto, foi a liga inglesa que registou a maior percentagem de utilização, com 96% (assistência média de 36.200 pessoas por jogo), com 14 dos seus 20 clubes a atingirem uma utilização superior a 95%.