O treinador do Boavista contestou esta quarta-feira a ideia de que a equipa usa de uma agressividade excessiva, referindo que "a estatística" demonstra que "é das que faz menos faltas no campeonato" da I Liga de futebol.

"Está tudo dito", concluiu Miguel Leal, a esse propósito, na antevisão da visita ao Moreirense, na sexta-feira, em jogo da 24.ª jornada, afirmando que tal ideia não o incomoda, porque, argumentou, "não é verdade".

"Costumo dizer quer as palavras que não têm fundo de verdade são um cheque sem cobertura no banco da minha consciência", rematou.

Na partida Boavista-FC Porto, domingo passado, o lateral esquerdo boavisteiro Talocha teve uma entrada dura sobre Corona, que deixou lesionado o jogador mexicano, incendiou os ânimos ao intervalo e indignou os responsáveis e os adeptos portistas.

"São lances que acontecem no jogo", considerou Miguel Leal, acrescentando que viu "um igual" no FC Porto-Juventus, da Liga dos Campeões, na semana passada.

Insistiu que são situações que se verificam em muitos jogos e que, por jornada, "acontecem sempre dois ou três lances iguais" àquele.

No jogo com o Moreirense, o Boavista pode atingir ou superar a barreira dos 30 pontos, se empatar ou vencer, e alcançar assim o seu objetivo principal, que é a permanência.

Se tal acontecer, o técnico boavisteiro diz que haverá festa o balneário por ser "o corolário de muito trabalho e de muita dedicação".

"Depois temos outra meta intermédia. Isto está montado em escada e começo com outro discurso, mas só depois de atingir a primeira", adiantou, sem dar pormenores.

O Boavista, entretanto, avançou hoje com a sua inscrição na UEFA precavendo, assim, a possibilidade de se classificar num lugar europeu, informou fonte oficial da SAD.

Miguel Leal admitiu que a derrota caseira com o rival FC Porto causou alguma dor.

"Não gosto de perder nem a feijões. Ficamos tristes, mas mais importante do que isso é reagir e acho que o grupo já venceu o luto, claramente, e está focado no próximo objetivo, que é o mais importante", salientou.

O jogo com o Moreirense é de "dificuldade máxima", porque o adversário é "uma boa equipa" e só uma Boavista "no máximo" pode fazer frente às dificuldades que o esperam.

Segundo Miguel Leal, os pontos fortes do Moreirense são "a linha da frente e os cruzamentos", devido aos "bons executantes e bons dribladores" que a equipa de Inácio possui.

"Qualquer das equipas pode ganhar. Uma coisa é certa: o Boavista vai tentar ganhar, mas não estou a ver o Moreirense a lutar unicamente perlo empate, até pela sua classificação", analisou.

"O Boavista não poderá contar com Henrique, lesionado, e com Talocha, castigado, mas Idris, que cumpriu castigado na ronda anterior, já estará de volta.

Miguel Leal concorda que o médio defensivo e capitão Idris é um jogador-chave neste Boavista, mas afastou a ideia de que perdeu com o FC Porto por não ter o jogador.

"Estaríamos mais fortes com ele, mas aconteceram outras coisas que nos levaram a perder, nomeadamente o valor do adversário", disse.

O Boavista, 9.º classificado, com 29 pontos, joga fora com o Moreirense, 16.º, com 19, na sexta-feira (20:30), para a 24.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, num jogo que será arbitrado por Hugo Miguel, da Associação de Futebol de Lisboa.