O médio Miguel Sousa, promovido em janeiro ao plantel principal do Marítimo, disse hoje que a nova direção do emblema madeirense da I Liga de futebol está atenta aos escalões inferiores, após renovar contrato até 2025.
“Desde que mudou a direção e também desde que o treinador Vasco Seabra chegou ao Marítimo, acho que têm olhado muito mais para ‘baixo’, chamam mais jogadores para os treinos e estão mais presentes, seja nos jogos da equipa B, sub-23 ou juniores”, afirmou o jogador à agência Lusa.
A renovação do vínculo contratual com o Marítimo até 2025 foi oficializada na quinta-feira. A abordagem do clube não deixou dúvidas ao jovem atleta, que admite que só poderá agradecer “demonstrando trabalho dentro de campo”.
“Sinto uma enorme responsabilidade e só posso agradecer o voto de confiança da direção, que demonstra estar atenda e querer valorizar os jovens jogadores do clube”, sublinhou.
Segundo Miguel Sousa, a nova direção que tomou posse em novembro, presidida por Rui Fontes e mais tarde com João Luís a assumir a gestão da SAD, “só trouxe aspetos positivos”, sendo uma delas “mais comunicação, seja de cima para baixo como também de baixo para cima”.
O atleta viu a oportunidade de ingressar no plantel principal dos insulares chegar após três temporadas e meia a atuar nos escalões inferiores e, apesar de garantir que o trabalho, empenho e disponibilidade sempre foram os mesmos, acredita que a chegada de Vasco Seabra ao comando técnico, foi o fator diferenciador, “porque olha mais para a formação”.
Sobre o trabalho do técnico que sucedeu a Júlio Velázquez à 12.ª jornada da I Liga, defende que os “números comprovam a qualidade do que foi desenvolvido”, relembrando o curto espaço de tempo que teve de atuação.
“Com a sua [Vasco Seabra] chegada, o balneário uniu-se muito mais e as ideias de jogo implementadas foram bem absorvidas por parte dos jogadores e isso foi notório em campo, as equipas começaram a sentir dificuldades contra nós”, destacou o jogador natural de Lisboa, reforçando que o técnico “tem uma relação muito próxima com toda a gente”.
A estreia no patamar mais alto do futebol português aconteceu em 28 de dezembro, na vitória caseira diante do Vizela (2-0), numa altura em que o plantel principal dos ‘leões’ do Almirante Reis foi assolado com um surto de coronavírus, tendo-se a equipa técnica virado para os jovens atletas do clube para colmatar as ausências.
“Senti um arrepio quanto entrei em campo, pisar o relvado perante aquela moldura humana, com o ambiente que se vive no ‘Caldeirão’, foi surreal, não estava habituado a jogar em grandes estádios, perante tanta gente”, frisou o jogador que entrou ao minuto 84 do encontro da 16.ª ronda da I Liga.
Desde a 27.ª jornada da competição, passou a ser aposta recorrente de Vasco Seabra no ‘miolo’, inclusive a titular nas três primeiras partidas, nomeadamente diante do Gil Vicente, Tondela e Paços de Ferreira e suplente utilizado nos oito jogos restantes.
O médio admitiu que as primeiras semanas após a promoção não “foram cinco estrelas, porque a diferença da equipa B para a equipa A é grande”, o que levou algum tempo de adaptação.
“Quando comecei a ambientar-me melhor ao grupo e ao que era pedido, as oportunidades foram sendo dadas”, destacou Miguel Sousa à agência Lusa.
O Marítimo terminou a temporada 2021/22 na 10.ª posição com 38 pontos, tendo saído derrotado na última jornada, em casa, frente ao Portimonense (0-1), falhando a subida ao sétimo lugar.
“Podíamos ter acabado uns lugares acima, mas não posso dizer que isso nos abalou, porque terminámos com o sentimento de que demos tudo para poder ficar com a melhor classificação possível”, explicou.
Com o arranque da pré-temporada previsto para 27 de junho, Miguel Sousa admite que agora poderá preparar-se ainda melhor, sempre com o objetivo de “ser uma aposta mais regular e corresponder as expectativas” em mente.
“Vou começar do zero, como todos na pré-época. Partimos todos da mesma linha. Estou muito motivado e com grandes expectativas para o que a equipa pode fazer na nova época”, destacou, garantindo que “podem esperar melhor do que na época passada, porque o Marítimo é capaz disso”.
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