O Ministério Público acusou as 23 pessoas detidas pela GNR na sequência do ataque aos jogadores do Sporting na Academia de Alcochete de vários crimes, entre os quais o de terrorismo.

Apesar de se tratarem apenas de indícios, dado que a investigação está agora a iniciar-se, a opção por imputar a estes suspeitos o crime de terrorismo não reúne consenso.

José Manuel Anes, fundador o Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, considera que se estão a confundir conceitos.

"O que se passou foi claramente hooliganismo, gangsterismo, crime organizado. Para ser terrorismo teria de haver uma fundamentação ideológica", começa por dizer em declarações ao jornal Público.

"Nuns casos têm medo das claques. Noutros usam-nas para amedrontar adversários internos ou externos", acrescenta o professor universitário, que sugeriu ainda que quem queira integrar uma claque passe a ter de apresentar um certificado de registo criminal.

Uma opinião oposta tem Rui Pereira, antigo ministro da Administração Interna e também fundador do mesmo observatório, que na terça-feira disse que o que aconteceu em Alcochete podia, de facto, configurar terrorismo.