A chefe de missão paralímpica Tóquio2020, Leila Marques Mota, disse hoje, em Coimbra, que estão a ser preparadas todas as condições para que os atletas portugueses possam competir ao mais alto nível nos Jogos Paralímpicos.

"Temos estado a trabalhar em todos os assuntos que dizem respeito à missão, de forma a criar condições perfeitas para que quando chegarem a Tóquio, os atletas tenham as condições ideias para competirem aos mais alto nível", disse a responsável à agência Lusa.

Leila Marques Mota, que falava à agência Lusa à margem da Reunião Anual dos Atletas do Programa de Preparação Paralímpica 2020, adiantou que a missão tem estado a trabalhar num estágio de aclimatação na semana anterior à entrada na Aldeia Paralímpica.

"São conhecidas as condições extremas de temperatura e de humidade que vamos encontrar e, portanto, o Comité entendeu que era necessário os atletas tivessem um período mais prolongado de adaptação para que no dia da competição estejam ambientados ao clima", sublinhou.

Seguindo as recomendações técnicas internacionais, a missão paralímpica portuguesa parte no dia 10 de agosto, de forma a ter 15 dias de aclimatação antes do início da competição.

Segundo a chefe de missão paralímpica, Portugal já assegurou 22 vagas nos Jogos Paralímpicos Tóquio2020, que vão decorrer de 25 de agosto a 06 de setembro, mas existe a expetativa de "ainda virmos a adicionar mais atletas e modalidades".

Atletismo, bocia, canoagem (pela primeira vez), ciclismo e natação são as modalidades em que a missão portuguesa já garantiu a sua participação, embora exista a possibilidade, de acordo com Leia Marques Mota, de Portugal também qualificar praticantes de badminton, que "tem vindo a ter um crescimento muito grande e no qual temos dois atletas no projeto".

O secretário de Estado do Desporto, João Paulo Rebelo, que participou na sessão de abertura das reunião, salientou à agência Lusa que é "gratificante observar o que é já hoje a realidade da equiparação dos atletas paralímpicos aos olímpicos, que era uma ambição antiga do movimento paralímpico".

"O Governo foi absolutamente decisivo na classificação desportiva e hoje os atletas competem, com toda a justiça, em igualdade de oportunidades, porque há várias deficiências que têm de ser consideradas nas diversas modalidades", referiu.

O governante disse ainda que Portugal conseguiu acompanhar o aumento da competitividade generalizada nas modalidades dos jogos, como por exemplo no lançamento do peso, em que os mínimos passaram de 7 para 9,20 metros, "muito fruto do que foram as condições criadas [pelo Governo] para este ciclo paralímpico".

João Paulo Rebelo realçou que, neste ciclo paralímpico, o aumento do apoio governamental face aos Jogos do Rio de Janeiro foi de 82%, passando de 3,8 milhões para 6,9 milhões de euros, o que "é um aumento muito, muito significativo".