A não transmissão em sinal aberto dos jogos da primeira Liga de futebol «pode ser uma ajuda», mas não a solução «para que o negócio seja menos mau» no setor da restauração, admitiu à Lusa o vice-presidente da AHRESP.

«Pode ser uma ajuda, não para que o negócio seja melhor, mas para que seja menos mau, na medida em que o problema do [aumento do] IVA tem levado a que cada vez mais os estabelecimentos de restauração tenham problemas acrescidos», afirmou o vice-presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

Segundo Júlio Fernandes, com o final, hoje, do prazo para pagamento do IVA relativo ao 2.º trimestre do ano, muitos estabelecimentos «já esgotaram os acréscimos de capital e a disponibilidade de algumas mais-valias e poupanças que tinham» pelo que, «até final do ano, os fechos vão ser ainda mais».

Ainda assim, a AHRESP acredita que o facto inédito de, em véspera do arranque do campeonato de futebol, ainda não ter surgido qualquer proposta das três televisões de sinal aberto para transmitir um jogo por jornada, pode «beneficiar» o setor.

«Acredito que o facto de os canais abertos não darem os jogos vá beneficiar um pouco os restaurantes, pastelarias e cafés que têm televisor ligado e Sport TV. Hoje em dia, não só há muita gente que não tem Sport TV, mas ainda muito mais gente que já a teve e cancelou para diminuir custos mensais, e que agora procurará espaços onde possa ver os jogos dos seus clubes», disse.

Júlio Fernandes destaca, contudo, que «cada vez mais as pessoas estacionam dentro dos estabelecimentos, com o seu cafezinho ou com a sua imperial, mas não fazem grandes consumos».

«Nos casos em que se aproveita o futebol para ir jantar a um restaurante que vá dar o jogo, são clientes que acabam por consumir mais porque estão mais tempo, mas a grande maioria dos clientes dos cafés e pequenos restaurantes ou vai tomar um café e fica-se por aí, ou a refeição é o mínimo possível, sem entrada, nem sobremesa e, raramente, com vinho», disse.

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