Minervino Pietra, falecido na quinta-feira, aos 70 anos, era uma referência da mística do Benfica, classificou hoje o ex-futebolista Shéu Han, que conviveu com o antigo lateral direito nas ‘águias’ e na seleção nacional, de 1976 a 1987.

“Ele tinha muito daquilo que é a identificação da mística, que muitas vezes nós tentamos explicar em pormenor, mas não conseguimos e apenas podemos visualizá-la através da atitude. A atitude dele era sempre de insatisfação, no sentido de encontrar o seu destino para ganhar jogos e vencer adversários. Essa foi a marca indelével que ele nos deixou”, indicou à agência Lusa o ex-médio e secretário técnico do Benfica, também de 70 anos.

Natural de Lisboa, Minervino Pietra representou Belenenses (1971-1976) e Benfica, ao serviço do qual arrebatou quatro títulos de campeão nacional, cinco Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira, por entre 26 jogos e um golo com a seleção lusa.

“Já o conhecia desde os anos 70 e o seu percurso foi, de algum modo, paralelo ao meu. Privámos muitas vezes no mesmo quarto durante várias temporadas. Ele foi sempre um homem e um atleta de uma estirpe muito particular, tenaz e senhor do seu compromisso com o clube em que estava. Naturalmente, deixa um legado tremendo de ensinamento e vontade de vencer. É a imagem com que fico e que ele também deixou ao país”, traçou.

Pietra e Shéu coincidiram nos relvados em quase 280 duelos e festejaram 11 títulos em conjunto pelo Benfica, com o ex-médio a falar de um “indutor de energia fantástico” pelo modo “marcante” como motivava os seus colegas de profissão a superarem obstáculos.

Como treinador, Minervino Pietra comandou Alverca, Juventude de Évora, Estoril Praia e Barreirense, além de ter sido adjunto de Boavista e Belenenses, sendo que, a partir de 2007/08, voltou à Luz para integrar todas as equipas técnicas ‘encarnadas’ até 2021/22.