O Benfica campeão 2014/2015 sofreu uma metamorfose no meio-campo ao longo da temporada com a saída de Enzo Peréz. Jorge Jesus foi obrigado mais uma vez fazer 'adaptações' depois de no primeiro terço da época ter contado com o internacional argentino, que em janeiro rumou ao Valência.
Se nos anos anteriores, o Benfica conseguiu sempre encontrar soluções no meio-campo para a saída de jogadores nucleares nessa área, como foram os exemplos de Javi García, Witsel ou Matic, esta época Jorge Jesus teve uma tarefa mais complicada para consolidar o 'centro' do terreno dos bicampeões nacionais com a saída de Enzo Pérez.
Na primeira jornada, o Benfica apresentou Rúben Amorim e Enzo Pérez no meio-campo, retirando daí algumas vantagens em relação às rotinas de jogo. O internacional argentino conhecia bem a posição que lhe era incumbida, e até dezembro foi sempre titular no Benfica antes de rumar ao Valência. Já o médio português lesionou-se à segunda jornada no sintético do Bessa e desfalcou a equipa durante seis meses.
Com a lesão de Rúben Amorim frente ao Boavista, Jorge Jesus foi obrigado a adaptar Samaris à posição de seis devido à indisponibilidade do médio sérvio Fejsa, que contraiu uma lesão na época anterior e que iniciou a temporada a recuperar de uma operação.
Samaris entrou na equipa como titular na quarta jornada do campeonato nacional, no Estádio do Bonfim, na goleada por 5-0 sobre o Vitória de Setúbal e jogou os noventa minutos. Depois desse jogo, o médio grego fez cinco jogos consecutivos como titular do Benfica, mas notava-se alguma dificuldade de adaptação e compreensão das ideias que Jorge Jesus tinha para essa posição.
À quinta jornada, o Benfica acabou por assumir a liderança do campeonato nacional com Samaris e Enzo Pérez no meio campo até à saída do médio argentino para Valência no mercado de janeiro. Com a saída do internacional argentino, Jorge Jesus teve outro problemas: encontrar um número oito que fizesse companhia a Samaris. Anderson Talisca, titular nos primeiros 18 jogos, acabou por recuar no terreno para ajudar nas tarefas do meio-campo, mas com a derrota em Paços de Ferreira era evidente que o médio brasileiro estava cansado depois de ter iniciado a época sem férias.
Com Talisca 'esgotado', e Ruben Amorim e Fejsa lesionados, Jorge Jesus voltou a 'fazer magia' com a adaptação de um extremo à posição de oito à semelhança do que tinha sido feito com Enzo Pérez, e Pizzi entrou para esse lugar como titular à 19ª jornada no triunfo sobre o Boavista por 3-0.
Mas se a entrada de Pizzi ao lado de Samaris acabou por dar algum equilíbrio à equipa de Jorge Jesus, outra alteração do técnico encarnado acabou por ser decisiva no desenrolar do campeonato nacional: a entrada de Jonas para jogar ao lado de Lima.
O avançado brasileiro encaixou 'que nem uma luva' no 4x4x2 idealizado por Jorge Jesus, e ao lado de Lima acabou por fazer uma dupla mortal, e crucial, para a conquista do ‘bicampeonato’ nacional. Samaris acabou por cimentar a sua posição enquanto número 6, enquanto Pizzi terminou a época a jogar a titular. Rúben Amorim e Fejsa acabaram por regressar e por ter um papel importante na conquista do 34º campeonato nacional.
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