João Noronha Lopes, candidato às últimas eleições do Benfica, saudou a realização de eleições antecipadas no clube, como anunciado esta noite pelos Órgãos Sociais do clube.

Numa nota publicada nas redes sociais, Noronha Lopes pede que o próximo ato eleitoral seja uma "oportunidade para voltaremos a honrar as melhores práticas democráticas".

"Essas implicam a existência de um regulamento eleitoral transparente, aprovado pelos sócios, que garanta condições de igualdade a todas as candidaturas e um ato eleitoral livre de quaisquer dúvidas", lê-se.

O candidato às últimas eleições lamenta que não tenha ficado já definida uma data para o ato eleitoral, uma decisão que "deve ser tomada livre de tactismos e plena de benfiquismo".

"Que esse momento sirva para virar a página e para proteger os interesses do Benfica", conclui.

O Benfica vai realizar ainda este ano eleições para os órgãos sociais, anunciou hoje o clube em comunicado, após reunião da direção 'encarnada'.

"O presidente da direção, sr. Rui Costa, sublinhando a unanimidade de todos os vice-presidentes, informou o plenário que irá promover todas as diligências tendentes à realização de uma consulta aos sócios", pode ler-se na nota emitida pelo clube, após a reunião de direção.

Ainda de acordo com a nota, o ato eleitoral deverá ocorrer até ao final do corrente ano.

A recente crise no clube 'encarnado' iniciou-se quando Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, SAD do clube e Novo Banco.

Vieira, que está em prisão domiciliária até à prestação de uma caução de três milhões de euros, e proibido de sair do país, está indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação.

Segundo o Ministério Público, o empresário provocou prejuízos ao Novo Banco de, pelo menos, 45,6 milhões de euros, compensados pelo Fundo de Resolução.

No mesmo processo foram detidos, para primeiro interrogatório judicial, o seu filho Tiago Vieira, o agente de futebol e advogado Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, todos indiciados por burla, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal.

*Artigo atualizado às 23h54