O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, disse hoje que os bancos quiseram, no início dos anos 2000, que fosse para o seio do clube devido à sua situação financeira, pois estavam interessados na sua viabilização.
"A minha ida para o Sport Lisboa e Benfica não é apenas uma vontade e um orgulho da minha parte. Foi também um pedido de várias instituições financeiras" que estavam "interessadas na viabilização" do clube, disse hoje o presidente do Benfica no parlamento.
Luís Filipe Vieira, também presidente da Promovalor, está a ser ouvido pelos deputados na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, no âmbito das audições realizadas aos grandes devedores da instituição financeira.
"Interpretei isso como uma prova de confiança nas minhas capacidades e na minha palavra, tendo em conta a situação de extrema fragilidade que o Sport Lisboa e Benfica atravessava no ano 2000", prosseguiu o presidente dos 'encarnados', no cargo desde 2003.
Depois de ter dito que já era um empresário "reconhecido e prestigiado" antes de ir para o clube, Luís Filipe Vieira recordou o seu percurso no Benfica.
Vieira entrou no clube "primeiro, em maio de 2001, como gestor do futebol", e "depois, em outubro de 2001, como presidente do Conselho de Administração da Benfica Estádio SA", disse aos deputados.
Posteriormente, em 2002 passou a presidente da SAD [Sociedade Anónima Desportiva] do Benfica e, "finalmente, a partir de outubro de 2003, como presidente" do clube da Luz.
"Nessa altura, os fornecedores e os bancos – todos os bancos com quem trabalhava – conheciam-me e apoiavam-me", disse o empresário, referindo-se, em particular, ao Banco Espírito Santo (BES) e ao BCP.
O dirigente desportivo recordou que no início do século XXI o Benfica "encontrava-se numa situação financeira muito delicada, como nunca antes tinha vivido na sua história", classificando de "tristes acontecimentos" as "dificuldades" e "fragilidades" atravessadas pelo clube.
"Os desafios que encontrei no Sport Lisboa e Benfica obrigaram-me a uma dedicação quase exclusiva, incompatível com a gestão das minhas empresas", disse, vendo-se "forçado a reduzir gradualmente" o seu envolvimento na gestão das suas empresas e finalmente optando por "profissionalizar a gestão" das mesmas, através da criação do grupo Inland/Promovalor.
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