O Estado português pretende investir cerca de 20 milhões de euros ao longo da próxima década para reformular o Complexo Desportivo Nacional do Jamor, de acordo com o novo Plano de Gestão e Ordenamento para aquele espaço.

O novo plano, apresentado hoje pelo Governo na cerimónia de comemoração dos 70 anos do Complexo do Jamor, contempla a construção de um novo pavilhão coberto para as modalidades "indoor", novas vias pedonais e ciclovias, um centro de estágios e residência, a reabilitação de instalações existentes e a deslocalização para o complexo de entidades como o Centro de Medicina Desportiva e a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADOP).

"O plano visa projetar ainda mais a ocupação deste espaço extraordinário para a prática do desporto, seja de alta competição, seja o desporto de recreação", considerou à margem da cerimónia o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes.

O ministro caracterizou o plano, que ainda não está fechado, como "um projeto ambicioso", que o Governo procurará cumprir "em partilha permanente com as federações".

"O plano assenta todo ele no princípio da partilha das responsabilidades e de gestão com as federações desportivas. [...] Está tudo estudado e detalhado, mas vai agora entrar numa fase de discussão pública e no final do verão pretendemos fazer um grande fórum com todos os envolvidos na sua elaboração e com os potenciais utilizadores, federações e cidadãos", acrescentou.

Marques Guedes disse que só na sequência desse fórum, previsto para setembro, já depois dos 60 dias de consulta pública", é que o Plano "ficará definitivamente fechado".

"Mas, nas suas grandes linhas gerais, a perspetiva de investimento que estimamos para a próxima década rondará cerca de 20 milhões de euros em dinheiros públicos", salientou o ministro, acrescentando que a estes valores ainda se juntam investimentos privados, como a Cidade do Futebol.

"A Cidade do Futebol é uma partilha de responsabilidade entre o Estado proprietário deste espaço, a Câmara Municipal de Oeiras e a Federação Portuguesa de Futebol, que é quem a financia", adiantou Marques Guedes, estimando o investimento da FPF neste projeto em 15 a 20 milhões de euros.

O secretário de Estado do Desporto e Juventude destacou, por seu lado, o caráter estratégico de infraestruturas como o novo pavilhão multidesportivo coberto.

“Sabemos desde sempre que não há uma zona para modalidades indoor. As seleções de andebol, de basquetebol e de voleibol não podem treinar aqui, o judo está em instalações provisórias na piscina. Porque não há um pavilhão. Quando se pensa num plano estratégico tem de se pensar nisto”, salientou Emídio Guerreiro.

O governante também enalteceu a forma inclusiva como foram estudadas as linhas gerais do plano, "sentando à mesma mesa" entidades ambientais, reguladores, federações, autarquia e decisor político.

"A grande virtude deste plano foi ter juntado todos os parceiros institucionais para que se concretize", disse Emídio Guerreiro.