O treinador do Rio Ave, Nuno Espírito Santo, admitiu hoje que teve um comportamento incorreto com o árbitro Bruno Paixão no final da partida de 01 de dezembro com o Benfica, da 11.ª jornada da I Liga de futebol.
Nuno Espírito Santo está a contas com um processo disciplinar instaurado pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol por, alegadamente, ter entrado sem autorização no balneário do árbitro Bruno Paixão, no final da partida, que os vila-condenses perderam por 3-1, e protagonizado uma reação menos própria.
O técnico do Rio Ave assumiu que não agiu bem, mas explicou o porquê da sua reação: «Não há praticamente nada que desculpe o meu comportamento e que o faça impune. Mas coisas que o justificam», começou por dizer.
«Dentro da conduta desportiva correta, não considero aceitável, e penso até que é uma falta de respeito, que após um jogo de futebol o árbitro, dentro do seu balneário, que fica contíguo ao balneário das equipas, ouça música de uma forma inaceitável, perturbando, inclusive, a conversa das outras pessoas», recordou Nuno.
O treinador do Rio Ave deixou claro que «o que aconteceu não foi relacionado com o trabalho do árbitro no jogo», mas que «a euforia da vitória e a tristeza da derrota devem ser respeitadas por todos os intervenientes do jogo».
Segundo é referido na edição de quinta-feira do jornal A Bola, que cita algumas passagens do relatório de Bruno Paixão, Nuno Espírito Santo terá tido uma reação extemporânea.
O diário desportivo escreve que «Nuno Espírito Santo ter-se-á deslocado ao balneário de Bruno Paixão, muito depois de terminado o encontro [o árbitro já tinha tomado banho] e, sem pedir autorização para entrar, depois de dar dois murros na porta, franqueou-a».
O jornal diz ainda que o treinador «agarrou no telemóvel do juiz, que estava no suporte, e atirou-o para cima de uma secretária e, como no interior do balneário se ouvia João Pedro Pais a cantar a música Mentira, terá dito que a equipa de arbitragem tinha de mostrar mais respeito pelo Rio Ave».
Confrontado com esta notícia, Nuno Espírito Santo assumiu que «apesar de não ser totalmente verdadeiro o que veio a público, o que foi publicado não foge muito à verdade».
O treinador considerou que «não é um comportamento desculpável» e do qual «não se orgulha», mas que vai «aguardar pelos trâmites legais e apresentar defesa no local próprio».