O antigo internacional português, Nuno Gomes, considerou esta segunda-feira que os principais clubes portugueses têm uma quota parte no atual estado do futebol nacional e frisou a necessidade de haver diálogo entre 'rivais' para que haja uma evolução mais saudável e sustentável na indústria do futebol.

"É preciso os clubes unirem-se e discutirem o que é melhor, não pode ser cada um na sua 'capelinha'", começou por dizer Nuno Gomes em declarações na Conferência "Bola Branca - Que Futebol Queremos para Portugal", organizada pela Rádio Renascença.

"As pessoas querem que os seus clubes ganhem, a todo o custo, não interessa como, o que permite que estes programas ganhem protagonismo, e tudo afasta pessoas do estádio", acrescentou Nuno Gomes sobre a atual cultura desportiva em Portugal.

Questionado sobre os desafios com que a maioria dos jogadores de futebol se confronta após o final das carreiras profissionais, Nuno Gomes afirmou que atualmente os atletas já não conseguem 'fazer vida' depois do futebol com os rendimentos da carreira.

"No nosso tempo, não havia tanta informação. Os jogadores estão mais alertados hoje. É muito difícil um jogador fazer carreira toda em Portugal e não ter de continuar a trabalhar um ou dois meses depois de acabar carreira. O futebol dura, no máximo, até aos 40, e a vida pode durar muito mais, e a maior parte dos jogadores não consegue fazer vida depois do futebol com os rendimentos da carreira", apontou Nuno Gomes.