Sete jornadas, 2 derrotas e 1 empate. Quarto lugar na tabela a seis pontos do líder, Sporting. O início da defesa do título de campeão do FC Porto na I Liga 2020/21 está, inequivocamente, abaixo do que era esperado. E o principal problema está à vista de todos.
É que, se no ataque os 'dragões' somam 18 golos marcados e são o segundo melhor ataque da prova, apelas superado pelos 'leões', na defesa o conjunto 'azul e branco' sofreu uns pouco normais 10 golos em sete jogos. Só seis equipas - Boavista, Famalicão, Tondela, Farense, Marítimo e Portimonense - sofreram mais. Só em dois encontros, nos triunfos sobre o Gil Vicente e Portimonense, o FC Porto manteve a baliza incólume em jogos desta edição da I Liga.
O próprio treinador, Sérgio Conceição, já o reconheceu: a inconstância dos resultados deve-se à excessiva permeabilidade defensiva demonstrada, algo que não acontecia nas anteriores épocas do técnico ao leme da equipa. "Não é um problema do sector defensivo ou do guarda-redes, é um problema de toda a equipa. Conseguimos identificar o porquê desses golos", afirmou o técnico dias depois da derrota por 3-2 ante o Paços de Ferreira.
Números bem distintos dos das outras épocas de Conceição
Em comparação, na época passada o FC Porto tinha quatro golos sofridos ao fim de sete jornadas. Em 2018/19 esse número era seis e, em 2017/18, primeira época de Conceição no clube, os 'dragões' sofreram apenas três golos nas sete primeiras rondas. Ou seja, nunca a média de golos por esta altura da época sob as ordens do atual treinador tinha sido igual ou superior a um golo. Esta temporada é de 1,43 golos sofridos por jogo.
Para encontrarmos uma época com tantos golos sofridos pelo FC Porto à longínqua temporada de 1971/72, quando à 7.ª jornada os azuis e brancos já tinham também encaixado dez golos (e seguiam no 9.º posto da tabela, com 3 vitórias, 1 empate e duas derrotas). O FC Porto viria a terminar essa temporada no 5.º lugar, a 22 pontos do campeão Benfica.
Com o Sporting (4), Rio Ave e Belenenses SAD (5), Moreirense (6), SC Braga, V. Guimarães, Santa Clara e Nacional (7), Paços de Ferreira (8), Gil Vicente e Benfica (9) a apresentarem, todos eles, registos defensivos melhores do que o FC Porto nesta edição da I Liga, Sérgio Conceição procurará aproveitar esta paragem para as seleções para afinar os movimentos defensivos numa defesa onde são algumas as caras novas.
A verdade, porém, é que à exceção da da saída de Alex Telles (que até ainda alinhou nas primeiras três jornadas) e da ausência, por lesão de Pepe, que só falhou as duas últimas partidas, a composição da defesa não tem sido muito diferente do que era no final da temporada passada, período em que Marcano já esteve ausente devido à grave lesão que ainda o afeta e em que o FC Porto recuperou rumo à conquista do título, sofrendo apenas quatro golos em nove jogos...
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