"A única coisa que perturba as associações de futebol é simples: o exercício do poder, mais nada. Tudo o resto é conversa", disse, durante um debate sobre futebol na Maia.

Laurentino Dias, que garante estar "inteiramente indisponível para abdicar dos (seus) princípios", metaforizou a situação do futebol, a quem o governo retirou o estatuto de utilidade pública desportiva.

"Os estatutos velhos dizem que quem manda na FPF são as associações regionais. É como se na Assembleia da República fossem os municípios a mandar ou outro qualquer. Isso não faz sentido", vincou, lembrando que nada no objecto ou missão das instituições vai mudar com o novo regime jurídico.

O governante lembrou que é tempo de todos terem a mesma voz e poder, que "está muito pouco em causa e o futebol tem tanto a ganhar com essa alteração".

"É preciso um esforço? É. É preciso esquecer algumas práticas antigas em que fundava o modelo de AG? É. Mas é isso que a lei diz, para que as pessoas se adaptem a um novo modelo de representação de AG com mais pessoas, em que cada uma tenha um voto e decida por si própria, que não haja voto por representação", frisou.

Laurentino Dias quer uma AG da FPF em que estejam representados "todos os intervenientes no futebol, as associações distritais, Liga de futebol, jogadores, técnicos, árbitros. Que seja um órgão mais aberto, democrático e participado".

O governante elogiou os agentes desportivos que prestigiam Portugal internacionalmente - "os futebolistas Cristiano Ronaldo, Luis Figo, Rui Costa, Vítor Baia, o FC Porto, Benfica e Sporting, os treinadores José Mourinho e Manuel José ou o dirigente Emanuel Medeiro" - e exortou os responsáveis do futebol luso a mudar.

"Nós precisamos é que cá dentro o futebol reflicta o prestígio que o futebol nacional tem na Europa e no Mundo", desafiou, considerando que "é tempo de deixar de inventar agulhas permanentes e passar a encontrar soluções".