O avançado brasileiro Sandro Lima considerou que assinar pelo Gil Vicente correspondeu à “melhor decisão da vida”, amparada pela influência do treinador Vítor Oliveira, tendo em vista o regresso à I Liga de futebol.

“O ‘mister’ é um ser humano de coração imenso e foi fundamental neste processo. Ligou-me, falou do projeto deste clube e deu-me três dias para pensar. Não hesitei, até porque conhecia a sua forma de trabalhar e já estava com vontade de voltar a jogar na I Liga. Acho que foi a melhor decisão da minha vida”, referiu o dianteiro, de 29 anos, numa videoconferência promovida pelos minhotos nas redes sociais.

Depois de terem convivido em Chaves há quatro anos e festejado a subida à elite, Sandro Lima e Vítor Oliveira reencontraram-se esta temporada em Barcelos e voltam a estar em evidência no regresso tranquilo do Gil Vicente à I Liga, após uma reintegração administrativa a partir do Campeonato de Portugal, na sequência do ‘caso Mateus’.

O antigo avançado do Estoril-Praia é o melhor marcador dos ‘galos’, com 13 golos em 28 encontros, 10 dos quais no campeonato, e já igualou a melhor época da carreira em solo português, registada em 2014/15 ao serviço do ‘secundário’ Académico de Viseu, logo após um total de 792 minutos sem qualquer tento no ano de estreia pelo Rio Ave.

“Cheguei cá muito novo e senti muitas dificuldades para me adaptar a um futebol e modelo de treino diferente. Não tive muitas oportunidades e isso afetou-me muito. Daí para cá aprendi a ler melhor o jogo, passei a conhecer melhor o futebol português e hoje estou mais maduro e evoluído face a 2013”, analisou.

Ligado aos quadros dos brasileiros do Grêmio Anápolis desde 2012, o avançado mostra-se expectante em bater o recorde de golos de um jogador gilista numa edição da I Liga, fixado nos 12 remates certeiros do compatriota Ferreira em 2003/04, sabendo que a ligação aos minhotos vai terminar em junho.

“O Gil Vicente tem interesse e as conversas estão a acontecer. Estou feliz por jogar num clube com tanta história e espero poder ficar em definitivo. Só que os jogadores também pensam na família e querem sempre algo mais. Se for para ficar mais dois ou três anos, vou trabalhar da mesma forma. Se sair, que seja algo bom para as duas partes”, frisou.

Os desígnios individuais de Sandro Lima dependem da retoma do campeonato, que está suspenso por tempo indefinido desde 12 de março devido à pandemia de covid-19, numa altura em que a formação de Barcelos seguia na nona posição a 10 jornadas do fim, com 30 pontos, 14 acima da zona de descida.

“É de louvar esta trajetória e temos de dar os parabéns a todas as pessoas envolvidas. As exibições e os golos foram saindo naturalmente, fruto de muito trabalho para que tudo corra bem nos dias de jogo”, valorizou o atleta, que está quase a obter a nacionalidade portuguesa e manifestou o sonho de representar a seleção das ‘quinas’.

Para já, os pupilos de Vítor Oliveira mantêm-se em casa, com planos de treino individuais, enquanto aguardam pela evolução do novo coronavírus para perceber até quando estarão sem competição, incerteza que Sandro Lima tem “aguentado bem” graças à personalidade “muito caseira” que partilha com a família.

“O clube e o departamento médico têm dado o suporte necessário e estamos a lidar bem com esta paragem. Na medida do possível, ficamos por casa e só saio com o meu filho para ele apanhar um bocado de ar sem estar perto de muitas pessoas. O clube está sempre em contacto connosco e agora só temos de aguentar mais um pouco”, apontou.