Pedro Baltazar, um dos candidatos derrotados na corrida à presidência do Sporting, disse hoje que, se estivesse no lugar de Godinho Lopes, «não aceitaria tomar posse», mas revelou-se, também, «contra a intenção» de Bruno de Carvalho em impugnar as eleições.

«Se os sportinguistas me tivessem colocado no papel de Godinho Lopes não teria aceite tomar posse», confessou Pedro Baltazar, apesar de «respeitar a decisão» do presidente eleito.

Baltazar alega que, se tivesse ganho com margem tão curta, «não teria as condições» que entendia «serem necessárias para servir o Sporting», tanto mais que nem se lembra de um presidente eleito «com uma percentagem tão pequena dos sócios efectivos existentes».

Num cenário de vitória de Bruno de Carvalho em condições idênticas às que se verificaram com Godinho Lopes, que venceu somente por 360 votos, Pedro Baltazar garante que também «não tomaria posse».

Todavia, e uma vez que Godinho Lopes achou que o melhor para o Sporting «era tomar posse», agora é preciso aguardar e ver se consegue «agregar os sportinguistas».

«Se o conseguir, dou-lhe os meus parabéns, se não conseguir... Disse sempre durante a campanha que o Sporting nunca mais seria igual depois destas eleições. Vamos ver se é para melhor», observou Pedro Baltazar, para quem o cenário de uma vitória de Bruno de Carvalho «teria sido pior».

Pior porque a sua representatividade «esgotar-se-ia nos votos» que teve, ao passo que a de Godinho Lopes seria «um bocadinho superior», nem que fosse «pelos votos de Abrantes Mendes ou das pessoas que não foram votar». Segundo ele, Bruno de Carvalho «esgotou o que hoje vale» em termos eleitorais.

No entanto, também se revela «contra a intenção de Bruno de Carvalho», o segundo candidato mais votado, de impugnar o acto eleitoral, tendo em conta que o Sporting «tem de andar para a frente» em condições complicadas em termos de futuro que exigem «união entre todos».

Face aos órgãos sociais eleitos, Pedro Baltazar garantiu que vai ser «extremamente crítico enquanto associado do clube, com direito a sete votos, quando achar que uma decisão é perniciosa para o futuro» do clube.

«Vêm aí tempos difíceis para o Sporting, não serei eu a enfrentá-los, mas não deixarei de criticar quando achar que o devo fazer», acrescentou.

A concluir, além de confessar que esperava «ter mais votos», Pedro Baltazar não rejeita a hipótese de voltar a sujeitar-se ao escrutínio dos sócios:

«Estas eleições foram realizadas num determinado contexto, se houver novo acto eleitoral verei se tenho condições para ir ao encontro dos sportinguistas. Uma coisa é certa: estarei muito mais preparado do que estava nesta campanha.»