Pedro Gaiveo Luzio, ex-vice-presidente do Vitória de Setúbal, apresentou hoje a sua candidatura às eleições para os órgãos sociais do clube da I Liga de futebol no triénio 2020-2023.

O empresário, de 54 anos, que renunciou em 31 de janeiro às funções na direção e ao cargo de administrador, explicou as razões pelas quais avança para o ato eleitoral, acusando a presidência de Vítor Hugo Valente de falta de transparência.

"Estive 14 meses no Vitória e senti que se o Vitória sair do atual modelo de gestão consegue sair do buraco em que está. Para isso, temos de gerir bem, com continhas certas. Se temos 100 não podemos gastar 120. Diziam-se que se vendia um jogador e que logo se via. Não funciono assim, se temos 100 temos de gastar 99. Há possibilidades de fazer isso. Com uma gestão honesta, transparente e vertical, o Vitória rapidamente sai deste buraco", disse.

Pedro Gaiveo Luzio, sócio do emblema setubalense desde 1987, explicou também as razões que o levaram a renunciar ao cargo para o qual tinha sido eleito com Vítor Hugo Valente em 21 de dezembro de 2017.

"Quando entrei com Vítor Hugo Valente foi com o objetivo de juntarmos forças e fazer o que o Vitória precisava. Essa promessa foi feita, mas, assim que ganhámos as eleições, tudo mudou. Certos atos de gestão e forma de liderar nunca foi aquela com que concordei", referiu.

E acrescentou: "Nunca fui auscultado em nada. O que sabia era pelos jornais e outras pessoas e nunca pela administração, apesar de ser administrador. Escrevi uma carta registada com aviso de receção a denunciar essa situação a Vítor Hugo Valente e José Condeças [vice-presidente]. Queria estar e saber o que andavam a fazer. Renunciei em 31 de janeiro de 2018 e fiquei em funções até ao início do mês de fevereiro", explicou.

O primeiro candidato a anunciar publicamente a decisão de ir a votos fez também questão de se demarcar do empresário Paulo Rodrigues, sócio que foi suspenso do clube depois de causar estragos nas instalações do Estádio do Bonfim e que reclama uma dívida ao clube.

"Não tenho nada a ver com essa pessoa. Quem foi ter com Paulo Rodrigues e fez negócios com ele foi o presidente, eu fui contra. Não me associo a essas pessoas, recuso completamente", vincou.

As eleições vão realizar-se até ao dia 18 de janeiro, uma vez que a direção do Vitória de Setúbal ficou sem quórum após a demissão na passada terça-feira de cinco elementos da direção.