Pedro Gomes é esta tarde homenageado na Madeira como o melhor treinador da história do Marítimo.

O experiente treinador português, de 72 anos, venceu este prémio numa votação levada recentemente a cabo pelos leitores do Diário da Madeira. O antigo jogador do Sporting ficou para sempre ligado à história maritimista, ao levar pela primeira vez o clube madeirense à I Divisão do futebol nacional. Pedro Gomes recolheu 31% dos votos e ficou à frente de treinadores que marcaram a história recente do Marítimo como Nelo Vingada (28%), Paulo Autuori (26%) ou Pedro Martins (9%).

«36 anos depois já passaram, pelo menos, mais de 25 treinadores pelo clube e estar ainda na memória dos madeirenses é muito bom», afirma o técnico ao SAPO Desporto, recordando a sua inesquecível passagem pelo clube verde-rubro, que conseguiu subir - de forma então inédita - à 1ª Divisão, em 1976/77. «Foi já num passado longínquo e há até juventude que não me conhece. Era uma equipa especial e na altura tínhamos 18 madeirenses em 25 jogadores», acrescenta.

Entre as muitas recordações da sua passagem pelos maritimistas, Pedro Gomes realça o abaixo-assinado que os sócios chegaram a fazer contra a sua demissão e a viagem à Venezuela, onde a equipa espalhou qualidade e impressionou a imprensa do país, que inicialmente descredibilizara o potencial do Marítimo. Mas há uma memória que se mantém bem viva nos adeptos do emblema madeirense: a expressão "Caldeirão dos Barreiros".

«Fui eu que criei a ideia do "Caldeirão" nos Barreiros, quando disse às pessoas para levarem tachos e panelas para o estádio. E foi comigo que o estádio encheu pela última vez, com o jogo decisivo para a subida de divisão, contra o Olhanense, em que tínhamos até pessoas na pista ao lado do relvado», recorda.

Para Pedro Gomes, este prémio é ainda uma valorização importante da sua carreira, tanto pelo seu passado, como para o seu futuro. «É uma valorização pessoal, porque continuo a ser um estudioso do futebol e um profissional tem de estar sempre atualizado para estar pronto para um novo desafio», conclui.