O futebolista Pedro Mendes, do Vitória de Guimarães, revelou hoje que vai avançar com uma queixa-crime por difamação contra Pinto Brasil, candidato da lista B às eleições do clube.
Em causa está a revelação feita na quarta-feira pelo empresário vimaranense de que teria sido Pedro Mendes o jogador a revelar-lhe, no final do jogo entre Rio Ave e Vitória de Guimarães, da última jornada da Liga, que o presidente demissionário, Macedo da Silva, lhe teria dito que os salários em atraso só seriam pagos se a lista A ganhar as eleições de sábado.
«Lamento profundamente toda esta situação, ver o meu nome abusivamente usado e envolvido num rol de mentiras para as quais não consigo encontrar uma explicação. Por isso, vou avançar com uma queixa-crime por difamação contra o candidato da lista B», afirmou Pedro Mendes, ao início da tarde.
Na conferência de imprensa, em cuja sala marcaram presença os jogadores Alex, João Alves, João Paulo (os "capitães" de equipa) e Nuno Assis, além de Fernando Meira, antigo jogador do Vitória e da seleção portuguesa, Pedro Mendes disse sentir-se «revoltado» e negou de forma perentória qualquer conversa com Macedo da Silva, do teor revelado por Pinto Brasil.
Já na noite de quarta-feira, em mais uma sessão de campanha, Pinto Brasil acusou Pedro Mendes e Nuno Assis de "traidores" e disse que eles têm de sair do clube.
«Sinto-me revoltado porque depois de ter entrado naquele complexo [desportivo do Vitória] há 23 anos, vir um candidato dizer-me que fecha as portas? Ele tem uma mão cheia de nada para me acusar. Neste momento sinto-me revoltado e, como sócio do Vitória, sinto-me envergonhado», frisou.
Pinto Brasil aludiu também a uma empresa de gestão de carreiras desportivas da qual são sócios Pedro Mendes, Nuno Assis e Fernando Meira, acusando-os de concorrência ao próprio Vitória, mas o médio quis esclarecer que não são empresários, antes «investidores».
«É um negócio de tostões, investimos nos direitos económicos dos jogadores, que têm empresário. É para vermos onde pode chegar a maldade das pessoas, tudo isto é muito feio e desagradável», referiu.
O advogado Cordeiro da Silva, que se sentou ao lado de Pedro Mendes na conferência, precisou que «a sociedade limitada tem como objeto social a gestão de carreiras desportivas» e foi constituída «há 15 dias, três semanas», destacando que os jogadores não têm nada a esconder.
«Não há testas de ferro, podiam ter feito uma sociedade anónima em que os nomes não seriam conhecidos, mas jogaram com clareza, não se fecharam», explicou.
Cordeiro da Silva disse ainda que a queixa já está a ser tratada e «é para avançar de imediato».
«Nenhum pedido de desculpas me fará recuar. Está fora de hipóteses porque é grave de mais. A formação que me foi dada no Vitória não me permite», rematou Pedro Mendes.
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