Pedro Proença admite abandonar a arbitragem portuguesa após a sua presença no próximo Mundial de Clubes, em Marrocos.

"A performance e o patamar a que vamos chegar vai ser fundamental para avaliar essa questão. Depois de uma conversa com Fernando Gomes irei anunciar a minha decisão", afirmou o árbitro português numa conferência de imprensa realizada na sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), justificando de seguida o porquê desse cenário estar em cima da mesa: "São aspetos motivacionais, aspetos que têm a ver com a minha carreira profissional e aspetos pessoais. Tenho a noção que transporto atrás de mim uma responsabilidade por ter conseguido grandes feitos. Esta atividade tem um desgaste muito grande e quando chegamos a outros patamares queremos outros desafios".

"Eu sinto-me um árbitro privilegiado por tudo aquilo que fiz na arbitragem. Podia ter feito mais, gostava de ter feito mais, mas fiz tanta coisa boa. Olhar para o meu curriculo e perceber que serei o melhor árbitro português que existiu. É de grande orgulho", sublinhou ainda Proença, em jeito de retrospetiva.

A possível presença numa final do Mundial de Clubes é vista como uma "chave de ouro" para fechar a carreira e o juiz português, de 44 anos, não exclui essa possibilidade, mesmo com uma eventual participação do Real Madrid no jogo decisivo, o representante europeu na prova. "Já há algum tempo que a questão regional deixou de ser um handicap para apitar jogos com equipas do nosso continente. Essa questão regional terminou e as portas estão abertas para isso", disse, acrescentando: "Iremos partir com a ambição de desempenhar um papel positivo para a arbitragem portuguesa e com o objetivo de apitar a final do Mundial de Clubes."

Por fim, sobre o Mundial e uma arbitragem na final que ficou perto de se tornar realidade, Pedro Proença não guarda mágoa ou especula sobre os motivos que o afastaram da escolha para dirigir o jogo entre a Alemanha e a Argentina. "Podiamos ter feito mais, mas saímos satisfeitos com o que fizemos e dignificámos a arbitragem portuguesa", concluiu.