O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) fez hoje um "um balanço extremamente positivo" do trabalho do organismo a que preside há oito meses, destacando o esforço de revitalização do estado das contas.

Pedro Proença, que falava à margem iniciativa ‘Encontros com Sentido’, realizada no auditório da Escola Secundária de Penafiel, elogiou por um lado a competitividade dos campeonatos, sem esconder por outro que "não vai ser a discussão desportiva" que o fará desviar do caminho para quatro anos de recuperação da Liga.

"A Liga estava em insolvência técnica e o trabalho de revitalização do estado das contas é um trabalho para quatro anos e não para oito meses. Não será a discussão desportiva que nos vai desviar do nosso caminho, apresentando as nossas propostas e aquilo que pretendemos atingir", disse Pedro Proença à comunicação social.

O líder da LPFP deu conta de "quatro milhões de euros negativos" apurados "nos últimos três anos" e, nesse sentido, disse recusar tratar o problema como "questões estéreis".

Falou das renegociações dos direitos de transmissão televisivos, num caminho que disse estar a meio, sem esconder a sua posição favorável de "abertura a novos mercados", que possibilitem "abrir novos horizontes", destacando a Ásia.

A este propósito, Pedro Proença relativizou as queixas de alguns clubes da II Liga sobre a redistribuição de verbas do novo patrocinador e da ameaça velada de uma greve ao campeonato, ao considerar tratarem-se de "dores de crescimento".

"Há oito meses discutia-se se a competição (II Liga) ia ser enquadrada na Federação Portuguesa de Futebol porque não havia quem investisse. O projeto de sustentabilidade está a ser discutido e estamos a assistir às normais dores de crescimento", sublinhou.

O presidente da LPFP insistiu nesta temática e deu conta do objetivo de "cortar com o paradigma que existia", através de "uma direção forte, que envolve oito clubes (II Liga)" e falou "numa discussão positiva".

"A Liga fez um esforço para resgatar uma competição que estava insolvente. Esta direção conseguiu nestes oito meses colocar esta sustentação na base da discussão. Más questões eram não haver verbas para distribuir e hoje estamos a discutir como vamos distribuir receitas de patrocínio que não existiram nos últimos 15 anos", sublinhou.

Pedro Proença estimou ainda que "o grande início" deste trabalho acontecerá a partir da próxima época, desejando "que as discussões sejam sempre essas, porque são positivas e boas".

Durante a iniciativa, o antigo árbitro satisfez a curiosidade dos atentos e participativos alunos da secundária penafidelense, que lotaram o auditório, fazendo questão de considerar estas presenças "uma obrigação para quem tem passado desportivo", e lembrou que "é possível conciliar um percurso desportivo com algum sucesso e a vida académica".