
O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional [LPFP], Pedro Proença, apresentou hoje uma proposta para alterar o modelo de governação do organismo, que caso seja aprovada pelos clubes vai precipitar eleições para uma nova direção.
A proposta, que hoje foi apresentada na Assembleia Geral da LPFP, que decorreu no Porto, prevê que a direção, atualmente representada por clubes, deixe de existir e passe a haver um novo modelo com um presidente e uma direção executiva com poderes reforçados, e um Conselho de Presidentes com funções de supervisão.
Assim sendo, o presidente em exercício terá de enfrentar um ato eleitoral para ser reconduzido no cargo.
"O Presidente da Liga, Pedro Proença, apresentou às 34 Sociedades Desportivas presentes, na sua maioria representadas pelos respetivos Presidentes, o novo Modelo de Governação que este defende para a Liga Portugal e que foi já apresentado aos clubes há mais de dois anos", comunicou a Liga, esta noite, após a AG.
"O novo Modelo de Governação prevê que a Direção, representada por clubes, deixe de existir e passe a haver um novo modelo com um Presidente e Direção Executiva, com poderes reforçados, e também pelo Conselho de Presidentes, que terá, quando necessário, uma Comissão de Supervisão", lê-se também.
Desta forma, será marcada nova AG para alteração estatutária do organismo, para a implementação do novo formato de gestão, o que implicará a realização de eleições para os órgãos sociais, ainda sem data agendada.
"Com a apresentação do Modelo de Governação, será, agora, criado um Grupo de Trabalho que será constituído por clubes da Liga NOS e da LigaPro, e que vai trabalhar na alteração estatutária, a ser apresentada", comunicou também a Liga.
A atual direção da LPFP conta com representantes de FC Porto, Sporting, Tondela, Gil Vicente, Mafra e Leixões, depois da saída de Benfica e Cova da Piedade.
Sónia Carneiro, diretora executiva da LPFP, garantiu que ainda não há datas previstas para o debate e eventual aprovação do documento, que poderá regular uma nova era no organismo, mas garantiu que nesta Assembleia Geral "em nenhum momento o presidente da Liga esteve em causa".
"Todos [os clubes] elogiaram o trabalho de governação do presidente da Liga. Recuperámos alguns dos feitos dos últimos cinco anos e os resultados que temos hoje. De maneira nenhuma a posição dele foi colocada em causa. O que foi questionado é se este modelo de governação atual com clubes [na direção] faz sentido", disse Sónia Carneiro.
Confrontada com algumas divergência e críticas apontadas a Pedro Proença por alguns clubes, nomeadamente Benfica e Sporting de Braga, sobre a forma como o líder da LPFP lidou com alguns assuntos durante a pandemia de covid-19, a diretora executiva disse "ser normal".
"Num período difícil do futebol português foram tomadas decisões certas, mas ninguém está livre da crítica, e todos crescemos nos últimos dois meses. Houve decisões que não agradaram a todos, mas na grande maioria foram sufragadas hoje na Assembleia Geral", disse Sónia Carneiro.
Sobre a possibilidade de o público voltar às bancadas dos estádios portugueses ainda esta temporada, a diretora executiva da Liga mostrou "esperança" de que tal aconteça, mas lembrou que a decisão será do Governo.
"Este tem sido um processo evolutivo, e acredito que com a atitude de responsabilidade que os portugueses têm mostrado, que será possível que a Direção-Geral da Saúde possa ter alguma contemplação nesse sentido", disse a responsável, embora reforçando que essa não é uma decisão da LPFP.
Várias decisões aprovadas em Assembleia Geral Extraordinária
A possibilidade de serem feitas cinco substituições na I Liga foi hoje aprovada por maioria dos clubes na Assembleia-Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), que validou também a promoção de Nacional e Farense ao principal escalão.
A medida pretende salvaguardar a condição física dos jogadores, tendo em conta o calendário apertado da competição, depois da paragem forçada pela pandemia da COVID-19.
Foi também aprovado o aumento de sete para nove do número de jogadores no banco de suplentes.
A medida, aprovada por larga maioria, vai entrar em vigor a partir da 26.ª jornada, cujo primeiro jogo está marcado terça-feira e vai opor Gil Vicente a Famalicão, em Barcelos.
A AG também aprovou a decisão tomada pela direção da LPFP em 05 de maio último de indicar como promovidos os dois primeiros classificados da II Liga, Nacional e Farense, e os dois últimos, Cova da Piedade e Casa Pia, como despromovidos ao Campeonato de Portugal, na sequência do cancelamento do segundo escalão devido à pandemia de covid-19.
Esta decisão marca o regresso do Nacional à I Liga, após um ano de ausência, naquela que será a sua 20.ª presença entre os grandes. Os ‘alvinegros’ estrearam-se em 1988/89 na primeira divisão e têm como melhores classificações os quartos lugares em 2003/04, sob o comando de Casemiro Mior, e 2008/09, com Manuel Machado.
Já o Farense conta 23 participações no principal escalão, entre 1970/71 e 2001/02, voltando ao escalão maior 18 anos depois. O catalão Paco Fortes foi o ‘timoneiro’ dos algarvios no seu melhor resultado no campeonato, o quinto lugar em 1994/95.
O plano de apoio aos clubes do segundo escalão, através de um fundo de tesouraria da LPFP no valor de 1,52 milhões de euros (ME), complementar ao de um milhão criado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), foi igualmente aprovado.
Os dois fundos ascendem a 2,52 ME, o que pode representar individualmente para cada clube cerca de 170 mil euros, 108.500 euros através do mecanismo criado pela LPFP e 62.500 euros pelo da FPF.
Ainda em discussão na AG está o modelo de governação do organismo presidido por Pedro Proença, que vai apresentar um modelo com uma direção executiva, sem clubes representados.
Comentários