O treinador Petit reconheceu hoje haver menos diálogo com árbitros comparativamente à sua carreira de futebolista, depois de ter sido expulso na vitória do Boavista com o Moreirense, na 32.ª jornada da I Liga, e suspenso um mês.

“Acho que no nosso tempo havia mais diálogo e tolerância com os árbitros. O futebol é a festa do golo e foi uma alegria termos reagido logo após o golo do empate. Tive aquela reação, pois tínhamos acabado de perder o Petar Musa pelos festejos no nosso golo e ainda o Sebastián Pérez”, analisou o técnico, na conferência de imprensa de antevisão à receção ao Vitória de Guimarães, na sexta-feira, na abertura da 33.ª e penúltima ronda.

De acordo com o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, Petit foi castigado por um mês e ainda terá de pagar uma multa de 4.080 euros por “lesão da honra e da reputação e denúncia caluniosa”, após ter dito ao árbitro “és uma vergonha”.

“Hoje é muito fácil dar cartões. Antes, os árbitros dialogavam mais com os jogadores e os treinadores. Respeito a decisão dele [Tiago Martins], mas não disse bem aquilo que está no relatório. Disse ‘isto é uma vergonha’ e não ‘és uma vergonha’. Também já tinha sido expulso anteriormente e, se calhar, por ser reincidente levei um mês de castigo”, notou.

O treinador já tinha falhado a vitória caseira frente ao Moreirense (1-0), na 15.ª jornada, também por motivos disciplinares, e admitiu ter ponderado recorrer para poder orientar o Boavista nas derradeiras duas partidas da época, com Vitória de Guimarães e Tondela.

“Queremos estar sempre presentes. Falei com o presidente [Vítor Murta] sobre isso, mas se calhar tinha de cumprir o castigo na próxima época. O mais importante é preparar os jogadores que possam entrar amanhã [sexta-feira], até porque tenho uma equipa técnica que me dá garantias se eu não estiver lá e dará uma boa resposta. A equipa sabe aquilo que é trabalhado durante a semana para chegar ao jogo e fazer as coisas bem”, frisou.

Sobre o duelo com o Vitória de Guimarães, no qual os ‘axadrezados’ serão orientados no banco pelos treinadores-adjuntos Nuno Pereira e Mário Nunes, Petit enfatizou a ambição de terminar a época na primeira metade da classificação, depois de um sofrido triunfo na visita ao Moreirense (2-1), que ‘selou’ a oitava permanência seguida do clube na I Liga.

“É a exigência que pretendemos para que o Boavista possa começar a andar em outros patamares. O desafio será extremamente difícil e importante, mas estamos preparados para irmos à procura dos três pontos, tentando dar mais um passo na tabela e entrar em lugares diferentes dos que ocupamos neste momento. Só faz sentido valorizar a época que fizemos, com uma ida à ‘final four’ da Taça da Liga, se a acabarmos bem”, apelou.

O colombiano Sebastián Pérez, o montenegrino Ilija Vukotic e o croata Petar Musa estão suspensos, enquanto Miguel Reisinho é o único jogador no boletim clínico, que já deixou de contar com Tiago Ilori e Fran Pereira, antes de um “jogo especial” com os minhotos.

“Apelamos que haja uma boa moldura humana. É o último jogo em casa e queremos dar uma prenda aos adeptos. O adversário vem de um empate em casa, quer reagir e ainda tem a possibilidade de chegar ao quinto lugar. A responsabilidade do jogo é imensa, mas vamos entrar com a mesma vontade, qualidade e crer. Por mais que uma das equipas possa estar menos bem, os atletas sabem jogar este tipo de ‘clássicos’”, finalizou Petit.

O Boavista, 10.º colocado, com 36 pontos, recebe o Vitória de Guimarães, sexto, com 44, na sexta-feira, às 20:15, no Estádio do Bessa, no Porto, na partida de abertura da 33.ª e penúltima ronda da I Liga, com arbitragem de Nuno Almeida, da associação do Algarve.