O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, negou este sábado, em entrevista ao Porto Canal, uma alegada dívida relativa à inscrição de Ricardo Quaresma na Liga, à qual não poupou críticas duras, tal como à Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
“O FC Porto fez regressar a Portugal Ricardo Quaresma, um jogador que no dia 1 de janeiro foi apresentado no treino no Estádio do Dragão. Como a Liga estava fechada nesse dia, fizemos a inscrição no dia seguinte. Nesse dia foi inscrito legalmente e pagámos uma verba de 4.265 euros”, explicou Pinto da Costa, que garante ter os documentos comprovativos do que afirma.
Na sua edição de hoje, o Jornal de Notícias titula que a "Liga não paga à FPF e põe transferência de (Ricardo) Quaresma (para o FC Porto) em risco", adiantando que "o registo da transação do jogador pode ser suspenso" e que os "portistas já foram informados".
Um fonte oficial da FPF disse à Lusa que o organismo alertou 14 clubes, incluindo o FC Porto, para as faltas de pagamento das inscrições dos seus jogadores por parte da Liga. Esta, por seu turno, diz-se credora da FPF e entende que não tem de transferir os valores das inscrições, tendo assegurado aos clubes que podem utilizar todos os jogadores que foram inscritos e cujo registo foi homologado pela federação.
O presidente portista assegurou ter na sua posse “o extrato bancário que confirma que essa verba foi retirada da conta do FC Porto no dia 7 de janeiro”, razão pela qual não tem dúvidas de que “a situação da inscrição de Quaresma está regularizada”.
No entanto, o líder dos dragões recebeu na passada sexta-feira, ao final do dia, um faxe assinado pelo secretário geral da FPF, Paulo Lourenço, a ameaçar com a suspensão do jogador, e diz ter estranhado.
“Acho inadmissível que o FC Porto cumpra as suas obrigações, que pague a dia 6 [de janeiro] e no dia 7 de fevereiro receba esta comunicação. Fiquei incrédulo e liguei ao presidente da Federação, que inicialmente não me respondeu à chamada. Falou-me mais tarde e, com a maior normalidade, disse que era uma situação normal”.
Segundo Pinto da Costa, o presidente da FPF, Fernando Gomes, informou-o que na terça-feira haveria uma reunião para decidir se o jogador será ou não suspenso.
“A FPF tem milhões de euros a prazo, que os ganha à custa dos clubes, porque são os clubes que fornecem os jogadores para poder ter cachets do Gabão”, atirou o presidente portista, que prometeu “reagir energicamente, quer nas entidades nacionais quer nos organismos internacionais”.
No imediato, o FC Porto vai avançar com um recurso nas instâncias competentes por causa do caso Quaresma, mas também se vai precaver: “Vamos pagar duas vezes. O que pagámos à Liga, vamos pagar à Federação. Fazer um empréstimo à Federação, para acrescentar uns milhares aos milhões que já têm", concluiu Pinto da Costa.