Uma semana depois de Mário Centeno, ministro das Finanças, ter pedido bilhetes para ver o clássico entre o Benfica e o FC Porto, a 1 de abril, o jornal Correio da Manhã avança que a Polícia Judiciária está a investigar um caso de alegado perdão fiscal aos filhos de Luís Filipe Vieira.

O presidente dos 'encarnados' terá recebido um email de um dos filhos a agradecer-lhe o "empurrão" que fez com que fosse reconhecida a isenção de pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) a um prédio da família, em Lisboa, pertencente à empresa de compra e venda de imobiliário Realitatis, presidida pela filha de Luís Filipe Vieira, Sara Vieira.

“Pai, já cá canta!!! Sem o teu empurrão não íamos lá”, escreveu o empresário Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, num email enviado ao seu pai a 24 de Março do ano passado. Alguns dias antes, refere a mesma publicação, Tiago Vieira tinha-se queixado ao pai sobre o desenrolar do processo. Segundo o Correio da Manhã, a família Vieira pretendia vender o imóvel mas a questão do imposto existia desde novembro de 2016.

Dias depois, a direção do Benfica recebeu um email de um assessor diplomático a pedir dois bilhetes para o jogo Benfica-FC Porto da última temporada, na tribuna presidencial. Os ingressos destinavam-se ao ministro das Finanças, Mário Centeno, e ao seu filho.

As isenções fiscais para reabilitação urbana, refere a mesma fonte, são executadas pelo Ministério das Finanças.

Entretanto, o Ministério das Finanças negou qualquer intervenção na atribuição de isenções de IMI, salientando que essa é uma competência das autarquias.

Através de um comunicado, o gabinete de Mário Centeno assegura que o ministro "em momento algum teve qualquer contacto com o presidente do Sport Lisboa e Benfica ou qualquer outra pessoa, a propósito de temas que se relacionem com interesses patrimoniais do Benfica ou da família do seu presidente".