O Desportivo de Chaves foi hoje recebido na Câmara Municipal para uma homenagem após a subida à I Liga de futebol, com as autoridades locais e dirigentes a destacarem a importância do feito para a cidade do interior.
A festa da subida ao principal escalão do futebol português continuou hoje em Chaves, no distrito de Vila Real. As celebrações chegaram ao final da manhã à Câmara Municipal, onde a autarquia prestou uma homenagem ao feito alcançado.
O clube de Trás-os-Montes assegurou o regresso à I Liga ao vencer o Moreirense no ‘play-off’ de acesso.
A comitiva flaviense chegou em estilo, em cima de um camião histórico dos Bombeiros Voluntários Flavienses. Nos lugares da frente, vinha o timoneiro da subida, o técnico Vítor Campelos, com a restante equipa atrás.
A música também fez parte da celebração, com o defesa direito João Correia a dar o mote com uma coluna gigante às costas, onde se ouviu um dos hinos do Desportivo de Chaves, interpretado pela artista Ágata.
Na cerimónia, onde não faltaram muitos adeptos que lotaram o salão nobre da autarquia, o presidente da Câmara de Chaves voltou a salientar “um feito desportivo que é também uma conquista de um concelho e uma região”.
“Esta terra tem gente de superação, determinação, resiliência e competência. Vocês demonstraram isso”, realçou Nuno Vaz numa mensagem para os jogadores e treinadores.
O autarca socialista, que se deslocou domingo a Moreira de Cónegos, onde os flavienses alcançaram a subida, confessou ainda que sentiu uma cidade diferente no regresso a Chaves: “Senti que existia uma energia contagiante apesar da hora tardia. Partilhou-se essa energia na rua e estávamos todos em festa”.
Já o presidente da SAD do Chaves, Francisco José Carvalho, também elogiou o seu plantel, mas deixou uma palavra para a cidade, que fica a ganhar com a subida do clube.
“Espero que esta subida seja uma alavanca para economia local, restauração e hotelaria, pois o setor do turismo foi muito castigado nos últimos tempos”, lembrou.
Entre o plantel flaviense, o capitão Luís Rocha foi chamado a discursar em nome dos jogadores, admitindo que a época foi difícil mas que tem um “grande orgulho no grupo”.
Para o defesa central, o momento de viragem esta temporada foi a eliminação na Taça de Portugal frente ao Felgueiras, que levou o clube a fazer uma recuperação na tabela na II Liga. Luís Rocha agradeceu ainda a todos os funcionários do clube pela ajuda determinante.
Por fim, o treinador que alcançou a primeira subida à I Liga vincou não só a qualidade futebolista do plantel mas os valores.
“Percebemos que é nos momentos mais difíceis que devemos estar mais juntos. Foi quando nos unimos mais. Percebemos que por vezes temos que olhar para nós e perceber que o problema não está sempre nos outros”, referiu Vítor Campelos.
O técnico de 47 anos, natural de Guimarães, assegurou que não conhecia muito a cidade de Chaves mas que agora tem “uma ligação muito forte”.
Empurrados para o ‘play-off’ de acesso à I Liga na derradeira jornada do segundo escalão, ao terminarem no terceiro lugar, os flavienses, orientados por Vítor Campelos, ultrapassaram o Moreirense, antepenúltimo do principal escalão, em dois jogos, para fazerem a festa da subida.
Esta é a quarta subida ao principal escalão do futebol português para o Desportivo de Chaves: a primeira ocorreu na época 1984/1985, seguindo-se uma segunda, na temporada de 1993/1994 e a penúltima, em 2015/2016.
Em 16 participações no escalão principal, os transmontanos atingiram a glória na década de 1980, quando, na temporada 1986/1987, atingiram o quinto lugar e a qualificação inédita para a antiga Taça UEFA na época seguinte. Em 1989/1990, seguiu-se novo quinto lugar, repetindo a melhor classificação entre os ‘grandes’.
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