O Benfica somou o quarto empate em quatro jogos na I Liga ao não conseguir segurar dois golos de vantagem frente ao penúltimo classificado da prova, o Portimonense.
Depois de uma primeira parte bastante bem conseguida, em que praticamente não deixou o adversário respirar e em que marcou por duas vezes, o conjunto 'encarnado' não foi capaz de manter o nível na segunda parte, vendo o adversário reagir e somar uma igualdade que lhe dá novo alento na luta pela manutenção e que pode voltar a atrasar as 'águias' na luta pelo título.
Lage troca Gabriel por Cervi no 'onze' e Benfica entra forte
Depois do nulo sem sabor na receção ao Tondela, no retomar da I Liga, Bruno Lage deu 'um passo atrás' e retirou do 'onze' Gabriel, que havia regressado à titularidade nesse encontro. Dessa forma, Taarabt recuou um pouco no meio-campo, para um lugar onde vinha sendo mais efetivo nos últimos tempos, e Franco Cervi recuperou a titularidade.
O Benfica entrou a pressionar, encostando o Portimonense à sua grande área nos minutos iniciais. Aos cinco minutos, no seguimento de um livre, Grimaldo tentou um pontapé de ressaca que, porém, saiu muito por cima. Mas era um indício daquilo ao que as 'águias' vinham: não deixar o adversário sair a jogar e tentar várias soluções para chegar ao golo.
Porém, só à passagem do minuto 15 houve nota de algum perigo. Pizzi e André Almeida combinaram rápido e bem na direita, o lateral-direito cruzou a meia altura, Gonda, guarda-redes do Portimonense, defendeu para a frente e a bola sobrou para Rafa que, contudo, acertou mal na bola e rematou por cima.
Pizzi abre o ativo, Jardel sofre contratempo
As 'águias' continuaram a pressionar e acabaram por ser recompensadas. No seguimento de uma bonita jogada, Rafa surge desmarcado na direita e, junto à linha de fundo, cruza atrasado para Pizzi e este desfere um remate fulminante, na passada, de pé esquerdo. Gonda nada podia fazer...
Contudo, pouco depois do golo, uma má notícia para as 'águias'. Jardel, que tinha recuperado a titularidade neste retomar da competição, lesionou-se e teve de ceder o lugar a Ferro. Nada que tenha feito a toada do jogo mudar. O Benfica continuou forte, instalado no meio-campo do Portimonense, condicionando quase sempre qualquer tentativa de saída do adversário para o ataque ainda no meio-campo ofensivo.
Falha defensiva e...2-0
Foi, pois, com naturalidade que surgiu o segundo golo, uma vez com o génio de Pizzi no lance, mas desta feita com contributo precioso da defesa do Portimonense. Estavam decorridos 31 minutos de jogo quando o 'camisola 21' do Benfica, com um toque sublime, de primeira, de trivela, tentou desmarcar André Almeida. Possignolo, defesa do Portimonense, parecia ter tudo para cortar o esférico, mas deixou-se surpreender pelo efeito da bola, abordou mal o lance e o esférico chegou mesmo ao lateral-direito que, na cara de Gonda, não perdoou.
A perder por 2-0, o Portimonense conseguiu, enfim, dar um ar da sua graça já perto do intervalo, num remate de Tabata que saiu desenquadrado e foi Rafa que, em cima do minuto 45, podia ter dilatado a vantagem 'encarnada'. O resultado, contudo, não sofreu mais alterações até ao final da primeira parte.
Segunda parte começa com Portimonense mais afoito
O Portimonense surgiu transfigurado no início dos segundos 45 minutos. Paulo Sérgio, treinador dos algarvios, trocou duas 'pedras' ao intervalo e, logo a abrir o segundo tempo, Hackman, com um remate cruzado, testou pela primeira vez no encontro a atenção de Vlachodimos. E, poucos minutos depois, na sequência de um pontapé de canto, pediu-se grande penalidade a favor do Portimonense por eventual mão de Taarabt, mas o VAR analisou o lance e deu instruções a Carlos Xistra para mandar jogar.
O conjunto da casa continuou a tentar. Num remate de longe, depois de trabalhar bem, Tabata atirou muito por cima, mostrando que o Benfica estava longe de conseguir condicionar o futebol do adversário como o fez na primeira parte.
Grimaldo lesionado e Portimonense reduz
E, se a quebra das 'águias' no jogo já era evidente, novo contratempo não ajudou a que estas voltassem ao que tinham demonstrado antes do intervalo. Num choque a três com Cervi e com um adversário, Grimaldo lesionou-se num joelho e teve de dar o seu lugar a Nuno Tavares.
Logo depois, o golo do Portimonense, que se adivinhava, surgiu mesmo. Livre junto à bandeirola de canto cobrado para a grande área do Benfica, Dener saltou mais alto do que toda a gente e cabeceou forte para o fundo da baliza à guarda de Vlachodimos.
Se as 'águias' já não estavam bem, o nervosismo aumentou ainda mais com este golo e, pouco depois, os anfitriões ameaçaram o empate. Lucas Fernandes entrou na grande área do Benfica, desferiu um centro remate e Vlachodimos defendeu para a frente. Valeu Nuno Tavares a chegar primeiro e a aliviar, evitando a recarga de um adversário.
Vlachodimos adia empate...por meros segundos
O Benfica não conseguia reagir e o Portimonense chegou mesmo ao 2-2. Na sequência de um pontapé de canto, Vlachodimos, com uma fantástica defesa, negou o golo a Lucas, mas a bola sobrou para Júnior Tavares que, de fora da área, ajeitou o esférico antes de, com um remate forte e colocado, meter a bola 'na gaveta' para o empate.
Bruno Lage, que se preparava para mexer na equipa, mexeu mesmo, mas para tentar voltar a colocar a equipa na frente. E, com as mexidas, o Benfica voltou mesmo a mandar no jogo, com a bola a voltar, finalmente, a rondar com perigo a baliza de Gonda, algo que ainda não havia sucedido no segundo tempo.
Gabriel e Seferovic, vindos do banco, com dois remates cruzados, criaram algum pânico na grande área algarvia e outra das apostas que Bruno Lage fez saltar do banco, Dyego Sousa, num remate interceptado, também ameaçou, mas foram essas as (poucas) situações de golo que o Benfica conseguiu criar. Insuficiente para desfazer um empate - o quarto consecutivo do Benfica no campeonato - que pode ter consequências bem graves para as 'águias' na luta pelo título.
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